Braga: «Necessitamos refletir sobre o impacto da Máquina no Humano»

Presidente do centro regional da UCP, em Braga, reforça a importância de um trabalho “cooperativo entre várias áreas do saber” para melhor “lidar com a máquina” que hoje “altera o humano”.

À margem da iniciativa formativa «Do Clique ao Toque», que ontem terminou em Braga, João Duque, em declarações ao Educris, lembrou o esforço da Igreja “em estar presente na rede” e a necessidade de “levar a sério o impacto da máquina no humano e na sua relação com o mundo”:

“Existe hoje um grande envolvimento da Igreja em colocar as «suas coisas» e perspetivas através de instrumentos na rede. Não obstante precisamos ainda de refletir e agir sobre as novas circunstâncias e realidades e o modo como elas tem impacto no modo como estamos no mundo”.

Para o responsável a Igreja ainda “não tem uma grande envolvência pedagógica” e é urgente “refletir e agir sobre isso”, reforçou.

Olhando para o papel da UCP, em Braga, o presidente daquele Centro Regional apontou os desafios da formação dos professores e destacou o esforço da instituição em “desenvolver áreas afins que congreguem vários saberes e reflitam sobre estas novas realidades:

“Aqui formamos professores, de EMRC e de Tecnologia e vamos tentando desenvolver uma área que, a partir das tecnologias, reflita sobre o impacto pessoal, social, técnico e ético das tecnologias. Quem somos nós humanos? Que humanos queremos no futuro? O que é que aí vem? É um trabalho interdisciplinar que temos que fazer”.

Como entidade responsável pela formação dos futuros docentes de EMRC João Duque reconheceu “a necessidade de trabalhar estas questões de maneira mais incisiva e mais prática para que os nossos professores possam sair daqui mais competentes e ajudando mais os seus alunos na prática letiva”.

“Não se trata apenas de saber ou não utilizar os meios, mas a educação nos meios e como habitar esses mesmos meios”, sustentou.

Para o professor catedrático o conceito de «literária digital» deve ser entendido d e modo “mais lato e não estrito ao simples manusear” de modo a que todos “reflitam sobre o modo como a máquina altera o humano”:

“Não podemos fechar a Literacia digital ao saber «mexer» com a técnica. Temos que a alargar e percebê-la como é que nós humanos, lidamos com estes instrumentos sem que nos desumanizem. Hoje precisamos de uma sabedoria para sermos felizes lidando com a máquina porque ela aí está e não há volta a dar”, concluiu.

O «Do Clique ao Toque» contou com a participação de cerca de meia centena de docentes de EMRC e das áreas da informática e robótica e contou com o apoio do SNEC.

Educris|10.02.2019



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