Do fim do mundo à Praça central

No passado dia 20 de junho, Jorge Mário Bergoglio, completou 100 dias de pontificado. Francisco, de 76 anos, como todo sabemos adotou o nome de São Francisco de Assis porque é preciso uma igreja pobre para os pobres.

São poucos os escritos que conhecemos deste papa, quase só as homilias, textos proferidos nas Audiências Gerais e no Angelus.

Podemos, contudo, afirmar que estes 100 dias foram repletos de uma surpreendente popularidade em todo o mundo, revelando uma face mais humilde e simpática quer sua quer da Igreja. O papa apresenta uma linguagem direta e clara, pautada por gestos de afeto em público, simples e despojados de rituais e ritualismos.

A Praça Central, a praça de São Pedro, foi invadida por uma simplicidade de um papa que veio do fim do mundo, mas carregado de carinho, humildade, força desconcertante... Cheio e a transbordar da ação do Espírito na sua vida e que quer irradiar este mesmo Espírito a todos os que o seguem, à sua mãe e amada Igreja (no dizer das palavras de São Francisco de Assis).

Como Francisco de Assis, Francisco pauta-se pela austeridade e simplicidade, na sua forma de viver, vestir e de se apresentar, e pela alegria franciscana na forma como abraça, sorri, beija, acolhe, está atento aos mais pobres e crianças, no interesse em ouvir as pessoas.

Francisco usa uma linguagem acutilante e metafórica porque Deus lhe dá força para mudar o que pode ser mudado...??Resignação para aceitar o que não pode ser mudado...??E

sabedoria para distinguir uma coisa da outra. Só assim se poderá entender o seu discurso metafórico: o "deus spray"; o confessionário que "não é uma lavandaria"; os "cristãos de salão"; a vida cristã que "não é uma terapia terminal"; o "pentear as ovelhas”, entre muitas outras.

Que os próximos 100 dias continuem a ser pautados por tudo o que escrevemos, pela sua abundante imagética metafórica e, quem sabe, por uma primeira Encíclica (escrita ou não a duas ou quatro mãos) sobre a e uma Exortação Apostólica sobre a Evangelização. Assistiremos às XXVIII Jornadas Mundiais de Juventude em que o Papa Francisco desafiará os Jovens a serem discípulos entre as nações: Ide e fazei discípulos entre as nações!» (cf. Mt 28,19).

Com toda a certeza, Deus continuará a fazer de Francisco um instrumento da sua paz para a Igreja e para o Mundo.

Bento Oliveira

Professor EMRC


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