Somos todos trabalhadores da vinha do Senhor!

Enquanto criaturas muito amadas de Deus, criadas à sua imagem e semelhança, como quem diz livres para permanecer na liberdade e na felicidade, somos também co-criadoras neste mundo que tanto tem ainda para melhorar.
Com a aproximação do Dia do Trabalhador, lembrei-me de dedicar estas linhas a uma das atividades humanas mais nobres: o trabalho. Refiro-me a todo o tipo de trabalho, remunerado monetariamente ou não, rotineiro ou pontual, mais ou menos espontâneo, mas sempre visando o bem comum, a construção de um mundo melhor, a ordenação das coisas temporais.
São inúmeros os documentos da Igreja dedicados a este assunto, à sua dignificação e importância enquanto fonte de realização pessoal e desenvolvimento da sociedade.
A Encíclica Rerum Novarum, datada de 1891, e as subsequentes encíclicas e cartas assinalando alguns dos seus aniversários, são disso exemplos importantíssimos. Todos nós devemos refletir acerca do fim último dos nossos esforços, encontrando o bem que resulta de cada um dos nossos gestos, filtrando assim as nossas

atividades quotidianas até restarem apenas aquelas que são agradáveis aos olhos de Deus e úteis a nós mesmos e ao próximo.
E neste tempo pascal, tempo de luz por excelência, será sem dúvida edificante encarar o trabalho como algo que nos afasta de todo o tipo de tristeza, pessimismo e depressão. Afinal de contas, já dizia o poeta: «A vida é realmente obscuridade, menos onde há entusiasmo; e todo o entusiasmo é cego, menos onde há sabedoria; e todo o saber é vão, menos onde há trabalho; e todo e trabalho é vazio, menos onde há Amor; e quando trabalhais com Amor unis-vos a vós mesmos bem como aos outros e a Deus.» (Kahlil Gibran, em “O Profeta”).

 

Sónia Neves Oliveira
Gestora


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