V Enes: Há procura do caminho para o Abrigo

Na manhã do dia 11 de abril os mais de 1300 participantes no V encontro Nacional do Ensino Secundário (VENES) levantaram os seus haveres e foram à procura de um “novo abrigo”.

O Castelo de Leiria serviu de refúgio para uma caça ao tesouro e para dois dos momentos mais marcantes do encontro: uma representação da “vida de refugiado”, trazido à cena pela companhia RefugiActo, e a partilha, emocionada e emocionante, da jornalista do público Sofia Lorena.

A jornalista partilhou, ao longo de pouco mais de uma hora, a sua paixão por “conhecer pessoas, ir ao seu encontro” e trazer, para o ocidente, “as suas histórias” carregadas de “despojamento, de procura, e de reinvenção do que é ser pessoa numa busca pela essência, pelo espiritual”.

A jornalista falou da sua experiência, de “muitos anos”, num jornalismo que “aconteceu por acaso” e do desejo de “continuar a contar histórias de seres humanos” pelos quais “foi tocada”.

Perante as questões dos alunos Sofia Lorena afirmou que este tipo de jornalismo exige “vocação, muita programação e uma boa dose de loucura”, relembrando, de modo sensível, os muitos “anjos da guarda” que foi encontrando nas suas viagens “pelos campos de refugiados e no meio de revoluções e guerras”.

Em busca de um lugar perene

Depois do almoço os alunos de Secundário foram convidados a buscar um lugar mais permanente. Era tempo de finalizar as atividades em mais um momento de interioridade, de busca de si, e de contacto com o divino. O lugar escolhido foi a Sé de Leiria que se revelou pequena para tantos ‘refugiados’ que pelo chão, nos bancos, e em todos os cantos disponíveis se acomodaram, o melhor que puderam, para celebrar o mistério do encontro em comunidade, um encontro “com os outros e com Deus” afirmava João de uma escola de Braga.

A cerimónia de envio ficou marcada pelo som estridente das campainhas do tradicional “compasso” anunciando a ressurreição e pela luz, símbolo da Luz que é Cristo ressuscitado para os Cristãos.

No final os docentes das várias dioceses levaram “a luz” para as suas comunidades. D. Manuel Pelino Domingues, presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) e bispo de Santarém, agradeceu o “tão elevado número de alunos que ali se concentraram” e pediu “coragem e confiança” para que “sejam construtores e artífices de um mundo melhor”.

Na viagem de regresso os alunos levaram um “envelope” com várias frases do Papa Francisco sobre as questões dos refugiados, justiça social, economia, amor, bem comum e alegria.



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