Lígia Pereira: A EMRC deve estar nas periferias existenciais da escola

“Um dos deveres da EMRC deve ser o de estar nas periferias da escola”. As palavras são de Lígia Pereira, docente de EMRC da diocese de Viana do Castelo, membro da equipa Nacional da EMRC e uma das impulsionadoras do V Encontro Nacional do Ensino Secundário (ENES) que decorreu até ontem na cidade de Leiria.

Para esta docente o tema “(Des)Abrigo-me ConTigo” nasce de uma “temática que queríamos muito implementar. A de levar à realidade muitos dos conteúdos e temáticas abordadas em contexto de sala de aula” de modo a “ajudar os nossos alunos a fazerem uma pequena experiência do que é ser refugiado”.

Olhando para o campo contruído com a ajuda de militares do quartel de Leiria e num cenário de conflito em que os soldados defendiam posições, bombardeamentos aconteciam, e muitas pessoas fugiam de um lado para o outro, Lígia, sempre sorridente, recorda que um campo de refugiados “és isto mesmo” porquanto ele representa “um abrigo de alguém que foge mas, ao mesmo tempo, uma experiência de desabrigo da sua situação anterior. É sentir-se desenraizado e sofrido”.

Assim a organização do V ENES procurou ir ao encontro das palavras do Papa Francisco e mostrar aos alunos a importância do “desprendimento, de largar o supérfluo e colocar-se ao lado do outro, sofrer com o outro e estar com o outro”.

No campo, como na vida “a EMRC deve fazer este mesmo papel em contexto escolar onde existem muitas periferias. O aluno procura isto mesmo nas nossas aulas. A resposta humana a cada um e a todos”, refere.

Mais de 1300 alunos participaram nesta experiência e quando questionada sobre as dificuldades logísticas de uma organização deste tipo a docente sorriu, respirou fundo e respondeu:

“Este encontro foi pensado para 700 alunos mas em menos de 24 hora tínhamos mais de 1500 inscrições. Tentámos resolver o melhor que pudemos. Com a ajuda de todos, o Quartel de leiria, a Câmara Municipal, o SNEC, os docentes, as equipas, foi possível ficarmos por estes 1300”.

A meio da experiência compreendi o sorriso e o profundo respeitar de Lígia Pereira como que a afirmar: Valeu a pena todo o esforço, sofrimento e dedicação desta Equipa para que os alunos de EMRC pudessem, numa atividade mais radical, continuar a crescer “sendo felizes, abertos aos demais, sem preconceitos e capazes de atual para tornar um mundo melhor”.



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