CEP/Cultura: Uma tradução que une a literalidade com a atualidade dos leitores

Apresentação na Nova Tradução da Bíblia decorreu hoje em Lisboa

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) apresentou hoje, «Os Evangelhos e os Salmos», os primeiros cincos livros da nova tradução da Sagrada Escritura.

Na sessão de abertura, que decorreu na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, D. Anacleto Oliveira coordenador da Comissão de tradução da Bíblia começou por afirmar que esta nova tradução “é um sonho antigo” da CEP mas que “por diversas razões” nunca se tinha efetivado existindo, apenas, “algumas partes da Bíblia traduzida para os textos usados na liturgia”.

Os trabalhos da nova tradução tiveram início em “2012 procurando ter atenção à fidelidade ao sentido literal” e, ao mesmo tempo, “compreensibilidade da tradução para a linguagem de hoje”.

“Fazer a transposição de um texto que tem mais de 2 mil anos, de outra cultura, que não a nossa, é uma tarefa difícil e complicada e que exige respeito de várias variáveis”, afirmou D. Anacleto Oliveira.

O coordenador da Tradução da Bíblia explicou aos presentes as “razões para a tradução de toda a Bíblia”:

“Não existia uma tradução completa ou uniforma de toda a Sagrada Escritura.  Sentimos a necessidade de realizá-la para uniformizar as traduções litúrgicas, mas também, para uso da bíblia não apenas na liturgia, mas em todas as outras atividades como a catequese e a EMRC”.

A nova tradução teve o cuidado de olhar” para a critica textual atual, realizada em todo o mundo e que está sempre em atualização”, garantiu o prelado.

Uma tradução fiel à literalidade e atenta à evolução da língua

D. Anacleto Oliveira revelou ainda que “a nova tradução contou com 34 tradutores de Portugal e os países de língua oficial portuguesa”:

“Pedimos aos tradutores para terem atenção à literalidade do texto. Tivemos em atenção a necessidade de harmonizar o texto do antigo com o novo testamento e quisemos acompanhar a língua. A nossa língua evoluiu e isso faz com que determinadas expressões tenham que, respeitando a literalidade, ser atuais para que a compreensibilidade não se perca na atualidade, garantiu.

A nova edição, editada pela Fundação Secretariado Nacional da Educação Cristã e Doutrina da Fé (FSNEC), é “experimental e deseja ter a ajuda do publico português# num processo inédito de “sinodalidade”.

Presente na sessão o professor José Augusto Ramos, responsável pela subcomissão do Antigo Testamento, centrou a preocupação dos trabalhos “no dotar o grande publico lusófono de uma tradução válida e significativa para os dias de hoje”:

“Procurámos uma tradução bíblica que vá de encontro à ciência e cultura e abarque todas as suas dimensões. Hoje sabemos, com base até nos grandes especialistas, que uma boa tradução da bíblia deve ser reformulada a cada 50 anos”, explicitou.

Para o padre Mário Sousa, responsável pela subcomissão encarregue de traduzir o Novo testamento e presidente da Associação Bíblica Portuguesa, o Novo Testamento, “e os evangelhos em particular forjaram e ajudaram a perceber melhor a nossa cultura”.

Para o especialista é fundamental que se olhe para estes textos “que brotam da fé e se destinam-se a alimentar a fé” narrando “a vida de Jesus com uma trama que desemboca na cruz”.

Presente na sessão D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa e presidente da CEP afirmou que este é o tempo “propicio para interpretar e receber a emissão” considerando muito “audaz” a escuta dos leitores nesta fase da tradução da sagrada escritura.

D. Manuel Clemente, deixou uma palavra de “gratidão e reconhecimento” para quem trabalha nesta tradução, algo “fundamental” na vida da Igreja Católica.

“Tudo quanto acontece em Igreja é na sequência desta Palavra”, assinalou o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

As sugestões podem ser enviadas por email, através do endereço eletrónico [email protected]

Educris|25.03.2019

 

 



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