“Ele está bem preparado para este cargo que o Santo Padre lhe confia. Em relação à Igreja portuguesa, é com natural alegria que recebemos esta nomeação e recordamos bem, como fundamental, o diálogo com a cultura que ele fazia. Somos chamados a continuar este trabalho no qual desempenhou um papel muito grande”, sublinhou em declarações ao EDUCRIS.
O presidente da CEECDF lembra que este novo dicastério nasce da nova Constituição Apostólica Praedicate Evangelium e que "no caso da educação católica existe um mundo vasto de escolas onde a identidade católica deve ajudar os alunos na sua educação: uma educação humana, que tenha no centro o humano e os valores cristãos”, onde se possam preparar para “serem fermento e mudança no mundo de hoje”.
Preocupado com o estado atual do mundo D. António Moiteiro lamenta o surgimento de "muitos extremismos, onde cada vez mais as pessoas se fecham nelas mesmas e os valores cristãos são o oposto disto. Abrem para uma perspetiva universal e ajudam-nos a perceber melhor que o ser humano é relação com os outros para juntos construirmos um mundo onde se viva de maneira mais fraterna. É um grande desafio!”, sustenta.
O Dicastério para a Cultura e Educação reúne as responsabilidades que até agora estavam atribuídas à Congregação da Educação Católica e ao Conselho Pontifício para a Cultura, ficando com a tutela, nomeadamente, da rede escolar católica do mundo inteiro, com 1.360 universidades católicas e 487 universidades e faculdades eclesiásticas, com 11 milhões de alunos, e outras 217 mil escolas, com 62 milhões de crianças.
O cardeal José Tolentino Mendonça, de 56 anos, vai substituir no ex-Conselho Pontifício para a Cultura o cardeal Gianfranco Ravasi, que completa os 80 anos em outubro e, na ex-Congregação da Educação Católica, o cardeal Giuseppe Versaldi, que fez 79 anos em julho.
Até agora, o cardeal português desempenhava as funções de arquivista e bibliotecário do Vaticano.
Tolentino Mendonça é o segundo português a chefiar um Dicastério no Vaticano, depois do cardeal José Saraiva Martins, na então ainda denominada Congregação para a Causa dos Santos.
Educris|26.09.2022