Bruxelas: Especialista apresenta 4 desafios para a Escola Católica na Europa

Jean de Munck, sociólogo, filosofo e professor na Universidade de Louvain, na Belgica, apresentou, no Simpósio promovido pelo Comité Europeu para o Ensino Católico (CEEC) os quatro desafios do ensino católico na europa do século XXI

Partindo da partir da experiência Belga onde a Igreja “não é vista como minoritária, mas como um parceiro qualitativo e quantitativo” na escola o especialista, apontou, como desafio principal a necessidade de “reconstruir uma cultura escolar ajustada aos desafios do século XXI”.

Para o autor a educação deve olhar para os desafios que resultam da “secularização e da globalização” e “responder-lhes afirmativamente com novos dados válidos”.

Jean de Munck disse que o primeiro desafio passa por “desconstruir as duas mitologias que persistem: a de associar a religião à violência e a que consiste na interpretação da secularização como uma privatização do religioso”.

O segundo desafio do setor é o de “permitir e fomentar” um verdadeiro “reencontro das diferentes culturas que vivem sob o mesmo sol na europa, para lá de uma ideia de tolerância que deve ser substituída por uma cultura de diálogo não relativista, fundada no respeito mútuo e na comum busca pela verdade. A interculturalidade é uma componente da nossa tradição”, sustentou.

Para as escolas católicas da europa o professor de Louvain apresentou, ainda, mais dois desafios, que considerou “igualmente importantes e urgentes”:

“O terceiro desafio é o da construção de uma cultura da exigência, do estudo, do treino da atenção, do rigor gramatical, da hermenêutica, formal e científica”

Afirmando-se “contra as tendências permanentes de reduzir a escola a missões ajustadas a interesses económicos e incluídos na inclusão política nacional” Jean de Munck sustentou que “a escola católica deve difundir, ensinar e cultivar os valores da verdade, da justiça e da beleza”.

Como “último desafio às escolas católicas” o professor universitário considerou o dever de “oferecer a cada aluno uma introdução valida e informada da religião, como fenómeno cultural objetivo e como atitude (inter) subjetiva para compreender a existência”:

“Trata-se de realizar uma tarefa numa cultura pós-cristã onde não se espera nem se dá um papel relevante à religião. Não se trata, por isto, de retificar ou de modernizar os conteúdos religiosos tradicionais mas de introduzir a questão religiosa num mundo que a ignora”.

O Simpósio internacional foi promovido pelo Comité Europeu para o Ensino Católico (CEEC) e contou com cerca de 150 participantes das escolas católicas da europa.

Educris|17.03.2019

Foto: Fernando Moita



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