«Este é um tempo de oportunidade e entusiasmo», padre Nuno Santos

Responsáveis nacionais da Educação Moral e Religiosa Católica estiveram reunidos neste sábado em formação

“Este é um tempo difícil, mas de possibilidade máxima e de oportunidade para a EMRC”, sustentou ontem o padre Nuno Santos, reitor do seminário de Coimbra, aos responsáveis da EMRC reunidos numa formação via Zoom.

Na palestra que dirigiu aos responsáveis o sacerdote garantiu que o desafio dos docentes passa “pela criatividade e pela proximidade que mantem com os vários agentes da comunidade educativa”.

“Dizem-nos que com o Covid-19 não podemos fazer nada. Eu penso que se pode fazer tudo pois um problema é sempre uma oportunidade que exige criatividade. Na escola a questão passa pela relação, pelas aulas e, sobretudo, pelo que se propõe fora delas”, garantiu.

Numa intervenção sob o tema «Da esperança ao Compromisso» o também professor universitário desafiou os docentes a “estarem atentos aos pormenores” porque “se gasta muito tempo em grandes planos que depois não funcionam porque faltou a relação e a atenção ao pormenor”, considerou.

Perante um “tempo novo, que também chega à escola,” é fundamental estar atento “aos alunos que diferem muito daquilo que tínhamos há 10 ou 20 anos”.

Mais do que conteúdos, ensinar a pensar

“Hoje o conhecimento está em todo o lado. As aulas devem servir mais para estimular o pensamento crítico e a capacidade de intervir nas questões do que propriamente para decorar ou saber muitos conteúdos”, lembrou.

Sobre “a esperança” o padre Nuno Santos considerou que esta “é comunitária” e não “individual” e que o primeiro passo é sempre o de perguntar “sobre o que podemos esperar juntos”.

“Não é um professor, ou uma escola, que mudam a educação. No cristianismo sabemos que a esperança vive de uma relação e não de uma promessa. O ensino é uma relação entre quem ensina e quem aprende, aprofunda. Se percebemos essa capacidade perdemos a capacidade de ensinar”, alertou.

Presença da EMRC nas escolas: Se apenas se dão aulas será muito breve

Perante um mundo que muda “cada vez mais rápido” o sacerdote alertou para a necessidade de “atualizar a comunicação” para “se poder entrar no mundo dos alunos”.

“Claro que as aulas são importantes. Mas o antes da aula e o depois da aula é fundamental porque a aprendizagem faz-se, sobretudo pela relação. Se são apenas aulas a EMRC tem pouco futuro nas escolas”, considerou.

No final da sua reflexão o sacerdote agradeceu aos responsáveis “a docência da disciplina em tempos tão desafiantes” e lembrou que um professor é alguém que marca o crescimento para sempre” daí ser fundamental “professores entusiasmados nas escolas”.

“Gosto muito do termo entusiasmo que em grego quer dizer, literalmente, «em Deus». Esta palavra é profundamente cristã. ´Trazer Deus dentro’. Esta é a missão que temos para o mundo”, concluiu.

Educris|01.11.2020



Newsletter Educris

Receba as nossas novidades