Especialista do ISEC Lisboa pediu atenção ao “fator humano” em contexto de ensino a distância e destacou papel da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica
Nuno Ricardo Oliveira, especialista em educação a distância e eLearning do Instituto Superior de Educação e Ciências (ISEC), Lisboa, trouxe aos diretores diocesanos de EMRC o tema «Ensino à distância/remoto- das modalidades aos desafios da EMRC».
Na sua comunicação o especialista distinguiu “ensino remoto e ensino a distância” e considerou que é preciso “um longo trabalho de maturação” para poder “colher bons frutos de um trabalho pedagógico verdadeiramente válido”.
“Aquilo a que assistimos, na grande maioria, durante o confinamento não foi um ensino à distância, mas um ensino remoto. Cada docente procurou, de maneira muito meritória e em pouquíssimo tempo, acompanhar alunos remotamente”.
Nuno Ricardo Oliveira lembrou aos responsáveis diocesanos que “o ensino a distância é planificado por uma equipa multidisciplinar” e que os “momentos síncronos são usados para tirar dúvidas e os assíncronos para aceder ao conhecimento”.
“Nesta tipologia de ensino, a que nos devemos adaptar e construir já hoje para o que aí vem, os materiais pedagógicos sofrem uma maturação para serem adequados à realidade”.
Considerando como “acrescimento de trabalho” as aulas remotas do final do segundo período e no terceiro período em tempo de pandemia, o especialista lembrou “as orientações apresentadas em maio pelo Ministério da Educação” e a “portaria 359/2019 de 8 de outubro que regula o ensino à distância.
Numa altura em que as escolas começam a preparar o próximo ano letivo ainda cheio de incertezas quando aos modos e às formas de ensino o professor do Instituto Superior de Educação e Ciências desafiou as escolas “a fazer caminho” que passa pela mudança do papel e lugar do pedagogo no regime à distância.
“Temos que assumir, como professores a nossa própria ignorância neste campo de modo a podermos evoluir e aprender. O sistema à distância muda, por completo, o papel do pedagogo. Este passa a ser aquele que motiva, cativa e impulsiona e que provoca a curiosidade de querer saber”.
Num contexto “distinto de tudo o que conhecemos até hoje” o papel do professor de EMRC torna-se “vital” pois “estes docentes não encaram o seu trabalho como uma profissão, mas como uma vocação”.
“A disciplina é uma missão e não uma profissão. O professor é o 24 horas sobre 24 horas. Estes docentes, para além das competências digitais; religiosas, científicas, socioculturais, pedagógicas, curriculares tem também as competências relacionais fundamentais para grande desafio de manter a sociabilização, a interatividade e motivação”, considera.
Num sistema à distância o especialista considera que é urgente formar docentes “nas competências relacionais para que haja um rosto mais humano na educação”.
“É vital saber acompanhar os alunos e as famílias neste contexto. Precisamos de decidir o modelo de E@D e de estar mobilizados para a mudança selecionando as ferramentas a utilizar. Aos docentes de EMRC é pedido um saber acompanhar em monitorizar os alunos muito para além da classificação final e dando prioridade às questões psicossociais para que haja um rosto mais humano na educação”, concluiu.
Educris|19.07.2020