«A oração é o motor de busca de Deus», irmã Ângela Coelho (C\vídeo)

Religiosa desafia a uma “fidelidade criativa” numa sociedade cada vez mais pluralista

A Irmã Ângela Coelho, da Congregação da Aliança de Santa Maria, disse aos responsáveis da Escolas Católicas que estas instituições de ensino só serão fieis à sua identidade se “preservarem a sua história”.

“Para manter a sua identidade a Escola Católica tem necessariamente de preservar a sua história. O ‘relembrar’ e o reatualizar nas nossas atividades, através de uma memória que vá sendo atualizada pela narrativa e pelos próprios ritmos do tempo litúrgico que nos permite manter a identidade”, apontou num encontro dirigido a direções e coordenadores pedagógicos, no âmbito das III Jornadas de Pastoral.

Numa conferencia subordinada ao tema «A alma tatuada de Deus - a importância da oração para a identidade da Escola Católica», a religiosa citou Zigmund baummer que critica o aparecimento de “uma sociedade liquida”, resultado de “uma crise de identidade”.

“A abertura à pluralidade não pode permitir uma diluição da identidade. Numa sociedade liquida a não assunção da identidade é prejudicial à formação dos nossos alunos e corre-se o risco de perder a identidade católica”, afirmou.

Partindo do pensar do filosofo Byung Chul Han, a irmã Ângela Coelho apontou a necessidade de uma clara identidade criada “pela ritualidade, os valores, a ética, os símbolos, história comum e a memória comum”, que permite o grar de uma “comunidade de ressonância, de harmonia e de um ritmo comum”.

“Saint Exupery dizia-nos que ‘Aos homens de hoje nada falta a não ser o nó de ouro, por isso lhes falta tudo. O cardeal Gianfranco Ravasi considera que o nó de ouro, para os católicos, é a oração. Este é um potente recurso para as escolas católicas”

Aos responsáveis das instituições católicas de ensino a religiosa desafiou a uma “profunda experiência de oração”, pois, como afirmava o Papa Paulo VI «os homens de hoje escutam mais os testemunhos que os mestres. E se ouvem os mestres é porque estes também são testemunhas»”, disse.

No final da sua intervenção a vice-postuladora da Causa de beatificação e canonização da irmã Lúcia, afirmou a necessidade de ter “alma tatuada de Deus” e isso “não é ter todas as certezas, mas buscar a sua palavra por entre os mil sons que nos enchem a toda a hora” e “não desistir de ser um buscador do seu rosto”.

“A diferença entre crentes e não crentes é a busca. A oração pessoal surge como motor desta busca. Hoje temos de ser místicos ou não conseguimos transmitir Deus aos nossos alunos e teremos dificuldade em manter a identidade católica nas nossas escolas”, concluiu.

Educris|03.02.2022



Recursos:
«A alma tatuada de Deus - a importância da oração para a identidade da Escola Católica»:


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