ENC24: «A Catequese é o fundamento da edificação da Igreja», padre Carlos Aquino

Diretor do Departamento Diocesano da Pastoral Litúrgica do Algarve sublinhou a importância da “formação espiritual” dos catequistas e considerou ser “urgente” a instituição de catequistas em Portugal

O padre Carlos Aquino afirmou ontem que “a catequese está no alicerce da Igreja, sendo o fundamento para a edificação da Igreja e o aprofundamento da fé. É uma missão indeclinável e insubstituível”.

Na conferência «O catequista instituído na liturgia e na vida da comunidade… a partir do Ritual de Instituição de Catequistas», o sacerdote destacou a importância de uma “formação espiritual profunda” destes agentes pois “é isso que norteia a vida cristã”.

“O centro da vida cristã é ‘fazer de Cristo o coração do Mundo’ e isso só acontece se ‘Cristo for o mundo do nosso coração’”, apelou.

Desafiando a uma relação mais aprofundada entre “comunidade e catequista”, o pároco de Loulé e Querença considerou que a questão não passa apenas por melhorar “as relações humanas, nas comunidades”, mas de aprofundar a formação e a espiritualidade”.

“A igreja é chamada a ser comunidade orante e orantes. Daqui brotará a ousadia da caridade e o ardor da evangelização. Se não estamos convertidos nada se muda e não nos mudamos”, considerou.

Dando conta de que todos os catequistas são “chamados a convocar e anunciar a pessoa de Jesus sempre como modelo para vida pessoal e comunitária” o Chantre e Secretário do Cabido Diocesano lembrou a importância de assumir o exercício catequético como “verdadeiro ministério, serviço e dom, no exercício da dimensão profética da Igreja, em obediência ao Espírito Santo”.

Após quase três anos da instituição do ministério do catequista o diretor do Departamento Diocesano da Pastoral Litúrgica do Algarve, defendeu a “urgência” da instituição de catequistas em Portugal.

“É urgente, e eu estou esperançoso que, na verdade, até porque já se iniciaram processos de formação a este nível, aconteça quanto antes esta instituição, deste ministério, tão belo na vida da Igreja”.

Para o sacerdote existe “um caminho a fazer-se” que não deve “perder ou demorar demasiado tempo em reflexões teológicas”, ou “buscar a perfeição dos candidatos”.

“Temos de ser ousados em algumas propostas e avançarmos com muita humildade este caminho que se impõe para bem das comunidades. Se formos companheiros, de rezarmos, não haverá problema”.

Aprofundando o próprio documento «Ritual de Instituição de Catequistas», o padre Carlos de Aquino, lembra que a instituição do catequista “exprime a verdade de um carisma que é essencial à Igreja como dom do Espírito Santo e, por isso, é urgentíssimo também a instituição dos catequistas, porque não são uma função, simplesmente”.

Numa altura em que ainda nenhuma diocese portuguesa instituiu catequista, o sacerdote deu conta de “vários passos a ser dados”.

“Os ritmos são diferentes porque a unidade não é uniformidade. Faz falta muita formação a partir dos próprios catequistas. Talvez uma das dificuldades seja a ausência das próprias comunidades que se ausentam dos catequistas. Se não houver conversão e levar a sério a missão ao serviço da igreja atrasamos projetos. Precisamos de formação, sobretudo espiritual. Faz falta valorizar a espiritualidade. Os rituais propõem a dimensão orante. Escutar Deus. Isto é que nos forja e faz-nos discípulos de Jesus Cristo”, completou.

Educris|04.04.204



Newsletter Educris

Receba as nossas novidades