ENC24: «O Ministério do Catequista é essencial para o crescimento da comunidade», padre Manuel Queirós

Especialista trouxe ao Encontro Nacional de Catequese o tema «A identidade do catequista no Diretório e no hoje da Evangelização»

O padre Manuel Queirós afirmou, no início dos trabalhos do 61º Encontro Nacional de Catequese, que o ministério do catequista é “muito valorizado na Igreja” e que “todos os batizados são catequistas natos”.

“Os catequistas instituídos hã-de ser aqueles que, reconhecidos publicamente, são enviados pela Igreja com funções próprias, para exercer a missão sempre animados pelo Espírito Santo”.

Perante quase 90 responsáveis da catequese, de todas as dioceses de Portugal, o sacerdote de Vila Real fez uma análise das “sociedades pós-modernas” e apresentou alguns dos “desafios atuais à evangelização”.

“O Mundo atual detém uma enorme complexidade. Desde logo pela revolução tecnológica e digital. Depois por que assistimos ao emergir de uma nova gramática para a existência humana, claramente imanente, do aqui e agora, do já”, sustentou.

Numa visão “nem otimista nem pessimista” do tempo atual, o padre Manuel Queirós considerou que este tempo “é uma grande oportunidade para a Igreja”, pois a par do individualismo e da forte necessidade do imediato existe “uma grande procura da verdade, da espiritualidade, de Deus”.

“As sociedades hoje manifestam uma grande sede de Deus, da espiritualidade, e trazemos connosco uma mensagem muito válida, intemporal, que toca o mais fundo do coração humano”.

Aos responsáveis da catequese o especialista alertou para a necessidade de “mudar o paradigma”, pois mais do que “tentar novas linguagens ou fazer experiências online” é preciso "criar oportunidades e lugares de encontro com Jesus Cristo".

“A fé, em Cristo e na Igreja, exige o encontro. Se vivemos num tempo mais individual, onde as pessoas se encontram pouco ou apenas no digital então temos aí uma oportunidade para fazer caminho com aqueles que procuram, os que manifestam a sede da verdade, de Deus”.

Aprofundando o “perfil do catequista”, o padre Manuel Queirós afirmou que “antes de tudo é importante que assuma o seu caracter batismal, se tenha iniciado como discípulo missionário através do encontro pessoal com Jesus Cristo”.

“O Diretório traz-nos a novidade do ‘catequista-testemunha’. Mais do que fazer grandes aprofundamentos doutrinais - que também são importantes – ou debitar um conjunto de ‘matérias’, o catequista de hoje precisa de testemunhar, pela sua vida, na simplicidade dos gestos, o modo como acolhe a fé e a comunica aos outros. Fá-lo em nome pessoal e da Igreja, e guarda em si a história do Amor de Deus”, desenvolveu.

Numa mudança de paradigma é fundamental fazer da catequese “uma experiência de caminho na descoberta da fé e dos sinais da vida de Deus em cada um”.

“O catequista deve acompanhar, deve ser capaz de propor os itinerários pedagógicos mais adequados, de conhecer os dinamismos de cada pessoa e perceber a dinâmica própria da fé”, completou.

O 61º Encontro Nacional de Catequese está de volta ao Algarve, até à próxima quinta-feira.

Em Ferragudo estão representantes da catequese de todas as dioceses portuguesas. Entre os participantes destaque para a presença do bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, e alguns dos bispos da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF), D. António Augusto Azevedo, presidente e bispo de Vila Real, D. António Moiteiro, vogal da Comissão e bispo de Aveiro e D. Manuel Felício, vogal e bispo da Guarda.

Imagem: Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Educris|03.04.2024



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