«Uma nova proposta que responde às necessidades e requer aposta na iniciação cristã», D. António Augusto Azevedo

Presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) destaca mudança de paradigma “menos escolar” e mais “mistagógico” da nova proposta

D. António Augusto Azevedo afirmou, esta segunda-feira, que os novos recursos para a catequese, que operacionalizam o  «Itinerário de Iniciação à Vida Cristã das Crianças e dos Adolescentes com as Famílias», exigem “nova aposta na iniciação cristã”, e desligam “a catequese do ambiente escolar”.

“É um desafio importante e muito atual, a Igreja em Portugal, as comunidades e a nova geração estavam a precisar de uma nova proposta, que respondesse às necessidades de uma geração que requer uma outra aposta na sua iniciação cristã. Jovens e adolescentes com as famílias requerem um empenhamento mais forte e uma resposta mais eficaz para que tenham uma iniciação cristã que os leve a descobrir a beleza da fé, a profundidade da fé”, explicou citado pela Agência ECCLESIA.

Na ocasião, onde o bispos portugueses receberam o novo recurso «Viver os Sacramentos – AM3», o presidente da CEECDF deu conta de que a linha a seguir pelo passa por superar “uma lógica muito fechada, muito restritiva”, presente no itinerário anterior e “aproximar o modo como se faz catequese das intuições do novo Diretório da Catequese” para a Igreja Universal, para a que a catequese possa “formar cristãos, trata-se sobretudo de etapas de crescimento, de descoberta da fé”.

“Nos novos recursos não vem a referência a um ano, trata-se de etapas de caminho de crescimento da fé, e é isso que verdadeiramente nos interessa e que esperamos que estes recursos ajudem, sejam recursos físicos, livros, mas há também recursos digitais. O que nos importa acima de tudo é a formação da totalidade da pessoa, do coração, dos sentidos, da mente, seja uma formação de verdadeira iniciação”, desenvolveu D. António Augusto Azevedo.

O prelado sublinha a necessidade da inserção de um tempo de “despertar da fé”, para que a catequese possa assegurar “uma iniciação que era dada pela cultura e pelas comunidades” e que hoje, num contexto de transformação sociorreligiosa, cultural, mesmo num país de tradição católica como Portugal, já não se verifica.

Mais do que formar e preparar os catequizandos para “da celebração de um sacramento” ou para uma “festa”, numa lógica escolar de transição de fase, o novo «Itinerário de Iniciação à Vida Cristã das Crianças e dos Adolescentes com as Famílias», propõe uma mudança de paradigma, aponta a irmã Arminda Faustino, coordenadora do Departamento da Catequese Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), à agência ECCLESIA.

“Esse objetivo sempre esteve presente, mas se calhar não tão notoriamente, não se sentia tanto e, às vezes, o que passa a nível geral para as pessoas era em função dos sacramentos, e muitos se calhar ainda pensam assim. O que implica também uma grande viragem, uma grande mudança que nós sentimos, sobretudo em Igreja e não só, e na sociedade, porque estamos em constante mutação permanente”.

Apontando a “a comunidade cristã” como a “grande catequista” a responsavel sustenta que é fundamental “aprofundar este objetivo até que tenhamos esta consciência, todos, porque a comunidade é uma família mais alargada e tem este peso também”.

Para D. António Augusto Azevedo o novo itinerário pretende “formar cristãos a partir de dentro”, capazes de quando chegarem à idade adulta ou à juventude terem “alguma solidez religiosa, serem capazes de rezar, terem uma vivência sacramental”.

“Serem capazes de um compromisso comunitário e também social próprio de um cristão adulto”, observou o presidente Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, reforçando que as comunidades têm que se “preparar para ajudar os jovens” a fazer este itinerário, completa.

Educris|21.02.2024



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