Algarve: A «catequese na minha vida» apresentou os impactos da vida da fé no dia a dia

Iniciativa decorreu na Igreja de lagoa, e reuniu 160 catequistas algarvios

Viver a partir da fé, ou o modo como a fé impacta a vida, foi o tema central do Dia Diocesano do Catequista, promovido pelo Setor Diocesano da Catequese da Infância e da Adolescência (SDCIA) da Diocese do Algarve, e que reuniu no passado sábado cerca de 120 catequistas do Algarve.

“Quisemos trazer à reflexão das catequistas várias diversas dimensões da vida pastoral e catequética da nossa diocese, e de fora, para darmos a conhecer o modo como a catequese impacta a vida no dia a dia”, explica ao EDUCRIS o padre Pedro Manuel, diretor do SDCIA do Algarve.

Durante a manhã os participantes escutaram o casal João e a Rita Santos, que vieram de Lisboa para dar testemunho “da importância da catequese e na vida do casal, no modo como colaboram na paróquia e a Rita no Departamento da Catequese no Secretariado Nacional da Educação Cristã” e um belo testemunho de “como foi viver e transmitir a fé em tempo de pandemia com a «catequese em nossa casa»”, desenvolve.

Outra das convidadas, a catequista Eunice Lourenço, testemunhou “a importância desta dimensão da fé na vida pública como jornalista, editora de política e catequistas”.

Presente, ainda, no painel da manhã, o “padre Getúlio Bica, entrou para o seminário depois de uma profunda missão, como catequista, na sua paróquia durante mais de vinte anos”, completa.

Após uma celebração, presidida por D. Manuel Quintas, e em que foram homenageados seis catequistas, quatro com 50 anos de entrega à catequese e dois com 25 anos, os trabalhos prosseguiram com uma videoconferência a cargo de Rita Agulhas, coordenadora do grupo VITA:
“Esta presença veio exortar-nos à necessidade da prevenção e da intervenção perante qualquer tipo de abusos. Queremos que os catequistas estejam alerta e abertos a todas as propostas de intervenção”, considerou o padre Pedro Manuel.

Criado pela Conferência Episcopal Portuguesa para acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal, o grupo VITA tem vindo a desenvolver várias formações junto das comunidades católicas de modo a “antecipar riscos” e “conhecer para poder prevenir”.

“A formação incidiu sobre o dar a conhecer a problemática e a conhecer também quem são as pessoas que cometem crimes de natureza sexual” pois “quem comete crimes de natureza sexual, se nada acontecer, se não houver nenhuma intervenção terapêutica e, muitas vezes, medicamentosa também, psiquiátrica, a probabilidade de esse comportamento se repetir é muito elevada”, apontou.

“Não deixam de ser pessoas com direitos e um dos direitos é o de ser ajudadas. Ajudadas na perspetiva de prevenção da sua reincidência. A pessoa que comete os crimes tem de ser ajudada para não voltar a cometê-los. Ao ajudarmos estas pessoas, estamos a prevenir outras situações de abuso e a proteger outras crianças”, justificou citada pelo jornal diocesano Folha do Domingo.

Rute Agulhas anunciou um segundo módulo de formação, com sessões online, e que refletirá sobre “estratégias preventivas”, e “medidas a adotar para prevenir essas mesmas situações”.

“Esta formação pretende também dotar-vos de algumas competências para saberem o que fazer e não fazer se obtiverem uma suspeita”, disse reforçando que “os catequistas, tal como os professores de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC, são figuras de confiança para as crianças”.

Até final do ano catequético o grupo VITA espera apresentar “programas de prevenção da violência sexual dirigidos a crianças: um para crianças dos 6 aos 9 anos e outro para crianças dos 10 aos 14”.

“Para as crianças mais pequeninas apresentaremos um conjunto de atividades ilustradas, apelativas, com jogos com vídeos que podem utilizar para terem o mote para trabalhar alguns temas”, afirmou.

Para junho está já a ser criado o ‘Kit Vita’, uma ideia que surgiu entre os docentes de EMRC, e que vai trazer novidades na intervenção e prevenção dos casos de abuso.

D. Manuel Quintas, bispo do Algarve, considerou “muito importante” o trabalho desenvolvido pelo grupo VITA.

“Dá-nos esperança, confiança e serenidade sobre o modo como enfrentar da melhor maneira esta situação. Só com o contributo de todos sem medos e receios e com serenidade é que vamos conseguir assumir uma resposta para estas situações. todos os subsídios que recebermos do Grupo Vita só nos virão a ajudar a adquirimos essa capacidade e serenidade de ultrapassar essa situação ou, pelo menos, a estarmos por dentro dela e sermos resposta serena, acolhedora para aqueles que nos procuram”, completou.

Imagem: SDCIA Algarve

Educris|29.01.2024



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