Bragança-Miranda: «Interpretar os sinais, reconhecer a sua força para agir melhor», D. Nuno Almeida

Novo bispo do Nordeste transmontano apresentou-se aos catequistas sem “programa” e disponível para “o encontro com todos”

D. Nuno Almeida disse hoje aos catequistas da diocese de Bragança-Miranda que não tem “um programa para a diocese ao estilo político”, mas que deseja “encontrar a todos e com todos fazer caminho”.

“Disse-o na minha entrada na diocese e repito-o hoje a todos vós. Precisamos de estar atentos aos sinais e não aparecer com sinais do poder, mas estar atento ao poder dos sinais”, começou por afirmar.

Perante mais de uma centena de catequistas, oriundos de todos os arciprestados da diocese do nordeste transmontano, D. Nuno Almeida agradeceu a todos a “presença e disponibilidade” e convidou os agentes de pastoral a lerem os “sinais do Espírito”.

“Talvez o Espírito nos diga, aqui na nossa Igreja particular, que a prioridade é o anúncio da Palavra. Este secretariado [ndr: da Catequese) é a minha primeira nomeação como bispo diocesano”.

Lembrando que desde o passado sábado está “em claro laboratório de escuta e encontro”, D. Nuno Almeida desafiou à “participação de todos” para a criação de um novo plano diocesano.

“Queremos olhar para o próximo triénio e para isso precisamos de todos. Neste caminho não podemos esquecer a JMJ Lisboa 2023, nem nos podemos alhear do facto de como Igreja estar em Sínodo”.

Para o prelado é urgente “reconhecer e registar as mudanças na vida social e eclesial, algumas muito aceleradas”.

“Quando vi o censos e a queda da população assustei-me. Choquei-me ao ver a quantidade de pessoas que vivem sós no nosso meio. Temos de reconhecer o que está a mudar e atuar”, apelou.

D. Nuno Almeida desafiou os catequistas a “interpretar o que acontece na vida a partir da palavra de Deus, na alegria do evangelho, e no instrumentum laboris do Sínodo, de modo a obter um modelo de Igreja que vá às origens do cristianismo”.

“Todos tem direito à alegria do Evangelho. Nós temos a obrigação de nos unirmos para celebrar e anunciar esta alegria sem esquecer que a nossa união é um trabalho artesanal nunca acabado”, completou.

Numa altura em que a Igreja se tem mobilizado para tornar os seus espaços “lugares seguros para crianças e adultos vulneráveis”, o bispo de Bragança-Miranda prometeu realizar “formações nos vários setores” sobre o tema e convidou a uma “cultura de prudência, vigilância e coragem”.

“Queremos ser uma Igreja sã. Queremos cultivar uma cultura de prudência, vigilância e coragem. Não aos abusos de qualquer tipo”.

No final das suas palavras de boas-vindas, D. Nuno Almeida pediu atenção particular ao que apelidou de “uma família em mudança”.

“Hoje a família está em mudança. Não temos de julgar, mas acolher e propor caminhos de crescimento. Queremos uma parceria forte entre catequese e família”, completou.

Durante a manhã os catequistas ficam a conhecer o plano anual do departamento da catequese e escutam D. António Moiteiro, bispo de Aveiro e vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) abordar o tema «Itinerário de iniciação à vida cristã das crianças e dos adolescentes com as famílias».

Educris|23.09.2023



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