Viseu: «A Missão do catequista é a missão da Igreja», D. António Moiteiro

Presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé abriu os trabalhos do 60º Encontro Nacional de Catequese

D. António Moiteiro, bispo de Aveiro e presidente da CEECDF, afirmou hoje aos responsáveis pela catequese em Portugal que “a missão da Igreja é a da evangelização” e que “o encontro com Jesus Cristo” só é possível com uma “catequese querigmática”.

“Sois os formadores dos formadores de catequistas em cada diocese. O catequista é mestre, educador e testemunha de Jesus. O desafio para a catequese de hoje requer uma preparação cada vez maior da parte dos nossos catequistas. Precisamos formar catequistas com a identidade cristã bem definida”, afirmou.

No início dos trabalhos, que decorrem até esta sexta-feira no seminário de Viseu, D. António Moiteiro lembrou que “ser catequista é a resposta a um chamamento sentido no coração e que impele a falar de Jesus, e a ajudar outros a aproximar-se deles”.

“Trata-se de gerar uma experiência, em si e no outro, capaz de gerar um novo modo de viver como parte da vida humana. Para isso precisamos de catequistas que sejam testemunhas, e isso gera-se com uma intimidade com a palavra de Deus através da sagrada escritura”.

Perante as nove dezenas de responsáveis presentes, em representação das dioceses portuguesas, o prelado percorreu os vários documentos orientadores do setor e deu conta “da profunda mudança dos últimos 30 anos”.

“Hoje a maior parte dos nossos catequizandos já não nos traz mais do que um ‘leve sopro’ daquilo que é a fé e Jesus. Precisamos de gerar uma catequese de primeiro anúncio, que leve ao encontro com Jesus ainda antes de passarmos os conhecimentos propriamente ditos acerca da Igreja e de Jesus. Trata-se de uma catequese querigmática e mistagógica” precisou.

O prelado alertou para o perigo de uma catequese “que não assume o encontro com Jesus” e que corre o risco de ser “apenas um conjunto de doutrinas e formulas”.

“Precisamos de garantir, no itinerário catequético, a progressividade da própria fé de modo a dar a cada um aquilo de que precisa, como alimento para o caminho da fé e do encontro com Jesus. É a isto que chamamos de mistagogia”, precisou.

Fazendo referência ao documento «Catequese: A alegria do Encontro com Jesus Cristo», D. António Moiteiro explicou aos responsáveis que o essencial da catequese passa por ajudar “os nossos catequizandos a fazer a experiência do encontro com uma pessoa viva”, muito mais “do que ter a exclusiva preocupação de decorar ou saber fórmulas”.

Reconhecendo a aposta na formação dos catequistas “como vital para o futuro da catequese em Portugal”, o presidente da CEECDF apresentou o percurso «Ser Catequista» como o primeiro passo para que “o próprio catequista faça o encontro com Jesus” de modo a “depois possa ajudar outros a caminhar na fé”.

“Sem este encontro não teremos mestre, acompanhante e testemunha”, completou.

Sobre o recente ‘ministério do catequista’ D. António Moiteiro garantiu que é preciso “discernir acerca dos perfis” destes agentes, uma vez que “tratando-se de uma vocação” esta se destina “ao serviço de toda a Igreja numa determinada diocese” e não apenas “de uma determinada paróquia”.

“Vemos o ministério instituído do catequista para homens e mulheres capazes de serem líderes na comunidade. Formadores de outros catequistas e testemunhas do encontro com Jesus onde forem enviados”, completou. 

Programa do 60º Encontro Nacional de Catequese

Amanhã, dia 13 de abril, dia inicia-se com o tema «Ser Catequista: o catequista e a sua missão», trazido à reflexão por Isabel Oliveira, responsável pela Catequese da Diocese do Porto, e pelo padre Tiago Neto, diretor do Sector da Catequese do Patriarcado de Lisboa.

A manhã de trabalho termina com um painel animado por membros das catequeses do Algarve, Aveiro e Viseu, sob o tema «A receção do ‘Ser Catequista’ e os desafios da sua concretização».

Da parte da tarde tem lugar a terceira conferência dos trabalhos, subordinada ao tema «Itinerário de iniciação à vida cristã das crianças e dos adolescentes com as Famílias: a beleza do anúncio» e que conta com o contributo da irmã Isabel Martins, da catequese de Lisboa, e pelo padre José Henrique Pedrosa, diretor do Serviço Diocesano de Catequese de Leiria-Fátima.

Os responsáveis do SNEC e da Salesianos Editora vão, ainda, dar conta do andamento dos trabalhos, desta parceria, tendo em vista os novos recursos catequéticos em elaboração.

O dia termina com a Eucaristia, presidida por D. António Luciano, bispo de Viseu, na Sé da cidade.

Educris|12.04.2023