Malta: «O desafio de uma Igreja que é fermento», irmã Arminda Faustino

Responsável da Catequese no SNEC destaca o desafio a formação dos agentes de catequese e uma caminhada na fé em modo mais personalizado

A irmã Arminda Faustino, coordenadora do Departamento da Catequese no Secretariado Nacional da Educação Cristã afirmou ser necessária uma aposta na formação dos catequistas para que se possam acompanhar bem os que se propõem a fazer o caminho da fé.

“Já não somos uma Igreja de maiorias. Somos uma minoria, mas temos que continuar a aposta na formação, de insistir nesta dimensão, em primeiro lugar para os catequistas, de modo que estejam preparados para um acompanhamento cada vez mais pessoal e personalizado daqueles que procuram a Cristo na Igreja”.

No rescaldo do Encontro dos diretores e delegados nacionais da Catequese na Europa, que decorreu em Malta, de 28 a 30 de abril, a responsável portuguesa destacou uma necessária “paixão” do anuncio que deriva “da própria palavra de Deus”.

“Estivemos em Malta e isso trouxe-nos, de volta, São Paulo e a evangelização naquele território. Foi muito importante o encontro, após estes dois anos de pandemia, e a partilha que as várias igrejas europeias fizeram da sua realidade. A diversidade e a paixão que se coloca na transmissão da fé mostram-nos uma Igreja viva que vive da palavra de Deus”.

A iniciativa analisou a receção do Diretório para a Catequese e a Exortação Apostolica, do Papa Francisco, com a qual se institui o ministério do catequista.

Para a religiosa portuguesa os tempos no velho continente “não devem ser entendidos como de tristeza ou desencanto”, alimentados pelos “números que mostram uma redução da prática cristã”, mas de “esperança, confiança e muita oração”.

“Por vezes tendemos a olhar para os números. Já não somos uma Igreja maioritária. Isso deve levar-nos a recordar a dinâmica da igreja primitiva. Eram um pequeno grupo. Não podemos estar à espera de multidões e grandes grupos, mas querer ser fermento na massa destas sociedades plurais. Ainda temos alguns a pensar que voltaremos às grandes multidões, mas a nossa missão é de caminhar passo a passo, fazer o trabalho do fermento na massa e deixar o Espírito soprar”, aponta.

A responsável considera que o ‘hoje’ obriga a pensar “numa catequese menos escolarizada” e que permita “um acompanhamento às questões daqueles que estão distantes e dos que se aproximam do caminho da fé. Trata-se de olhar para quem está ao nosso lado e que anseia uma palavra, uma atenção, que tantas vezes faz mais do que grandes discursos”, completa.

Educris|05.05.2022



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