Catequese: «É preciso repensar a mentalidade e apostar numa catequese OnLife»

Investigadora brasileira lembrou a pandemia como um “acelerador” das mudanças na comunicação da fé

Aline Amaro da Silva, investigadora da Global Network for Digital Theology, defendeu hoje ser necessário caminhar “para uma catequese híbrida, que junte o digital e o físico” que pressupõe um “investimento a vários níveis”.

“Desde logo temos que ter investimentos físicos nas paroquias, na formação dos catequistas, conscientes que o digital desafia a catequese a repensar a forma e o próprio conteúdo, uma vez que no físico a comunicação da fé estava ligada à transmissão”.

Na primeira conferência da sétima edição «Do Clique ao Toque», uma iniciativa da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa e do Centro de Investigação em Teologia e Estudos da Religião – CITER, em parceria com o Secretariado Nacional da Educação Cristã, a especialista considerou que a pandemia acelerou uma autêntica metanoia digital” que “afeta a catequese e a transmissão da fé” e deve levar a um “repensar de processos”.

“É preciso pensar diferentes, abrir os horizontes para pensar a catequese e a evangelização para superar os desafios que enfrentamos hoje. Precisamos de criar uma catequese 4.0 que seja «onlife» que permeie a vida toda, integral, integradora, física e digital”, explicitou.

Partindo da sua obra «Catequese onlife: integral e integradora, física e digital», Aline Amaro da Silva afirmou que a “cultura digital tem a sua própria linguagem” e que a educação religiosa, neste contexto “fortemente influenciado pelos dispositivos eletrónicos articulados em rede”, obriga a ter agentes “mais competentes em diversas áreas do saber para que sejam capazes de responder aos novos e crescentes desafios que esta lhes coloca”.

“Temos que olhar para o modo como cada comunidade está no digital. Se olharmos para Portugal percebemos que, em média, se ocupa sete horas na rede. Isto muda o nosso ‘ser pessoa’ e é fundamental que a catequese não fique apenas pelo encontro físico, mas chegue às pessoas e realidades distintas, fazendo uma passagem fundamental da transmissão da informação para o acompanhamento e experiência de Deus, para a partilha de vida, pois só assim oferece sentido”, completou.

No final a especialista sustentou a ideia de que “nesta fase em que nos encontramos da pandemia” é importante “iniciar um projeto de catequese híbrida, física e digital”, que permita “consolidar a cultura do encontro”, através de um espaço que permita fazer a experiência do Deus vivo”.

Após a conferência de Aline Amaro da Silva, os participantes escutam «A Comunicação é um Encontro», pelo padre Pedro Guimarães.

Seguem-se quatro workshops onde os participantes vão ficar a conhecer aplicações e modos de avaliar, aprender e ensinar, a partir da tecnologia.

Educris|30.01.2022



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