Covid-19: «Igreja está integrada e é essencial no apoio às pessoas», Pedro Simas
Conferência online reuniu responsáveis pelo setor social da Igreja e deixou desafios para o presente e o futuro
A Caritas Portuguesa reuniu hoje, numa conferência via ZOOM, os responsáveis diocesanos do organismo, o Secretariado Nacional da Educação Cristã, a Obra Católica das Migrações, o Corpo Nacional de Escutas, o Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência, a Nunciatura Apostólica para em conjunto, fazerem uma análise do estado do país com a atual pandemia e refletirem sobre o papel da Igreja no presente e futuro da sociedade portuguesa.
“Esta sessão teve como objetivo a sensibilização para as questões pós-pandémicas e permitiu colocar a Igreja a refletir, nas suas múltiplas experiências e organizações, sobre o modo como se fará presente nas diversas necessidades que estão a surgir”, explicou Eugénio Fonseca presidente da Presidente da Cáritas Portuguesa.
A Igreja sempre esteve ligada ao Conhecimento e à ajuda social
Convidado da sessão Pedro Simas, virologista e investigador do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina de Lisboa, explicou aos presentes “o atual estado de evolução da pandemia” e sustentou a necessidade da Igreja “estar na dianteira do apoio às populações e do conhecimento”.
“Felizmente que Igreja portuguesa está muito bem integrada no tecido social e desenvolve aí atividades basilares para a própria sociedade. Pela sua tradição, de promoção do conhecimento científico, é hoje fundamental que esteja na linha da frente do apoio às populações e à investigação neste campo uma vez mais para o bem de todos”, considerou.
Explicando “que o pouco conhecimento atual do vírus ainda leva ao ‘medo’ e a comportamentos de risco” o virologista desafiou as diversas instituições católicas a “redobrarem os seus esforços na proteção dos mais frágeis” e a se “coordenarem de maneira eficaz na ajuda às populações locais”.
Não ter medo do futuro: Deus sabe de nós e acompanha-nos
Presente na sessão D. José Traquina, bispo de Santarém e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana sustentou que “neste tempo de incerteza temos de viver o dia a dia na certeza de que Deus sabe de nós e nos acompanha”.
“Pelas palavras do doutor Pedro Simas percebemos que fazer grandes projeções é estar em terreno movediço. Precisamos dos melhores aconselhamentos técnicos e científicos e d nos estimularmos mutuamente para o maior bem da sociedade a quem servimos”, sustentou.
Fazendo memória da recente Assembleia Plenária dos Bispos Portugueses D. José Traquina lembrou que “também os bispos estão atentos ao evoluir da situação e espera-se, para meados de novembro, um pronunciamento mais assertivo sobre o atual estado da pandemia e das diversas opções tomar”.