Igreja: Portugal tem novo Santo

Papa promulgou hoje decreto relativo à canonização de D. Frei Bartolomeu dos Mártires (1514-1590), arcebispo de Braga, arquidiocese que incluía na altura os territórios das dioceses de Braga, Viana do Castelo, de Bragança-Miranda e de Vila Real.

A sala de imprensa divulgou hoje o texto em que o Papa Francisco, em audiência concedida ao cardeal Angelo Becciu, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, “aprovou os votos favoráveis dos membros da congregação e estendeu o culto litúrgico em honra ao Beato Bartolomeu dos Mártires à Igreja Universal”, “inscrevendo-o no livro dos santos” por “canonização equipolente”.

Na página do Facebook da catequese de Viana do Castelo o padre Vasco Gonçalves, pároco de Monserrate, em cuja igreja paroquial se encontram os restos mortais de Bartolomeu dos Mártires, manifestou, “profunda alegria” pelo anúncio da canonização do Arcebispo.

“Os santos inspiram-nos sempre a seguir os caminhos de Deus. Num Ano Pastoral em que, na nossa Diocese, nos detemos sobre a evangelização, penso que Bartolomeu dos Mártires nos pode estimular a vivermos em estado permanente de missão”, escreveu o sacerdote.

Para o padre Vasco Gonçalves, Vigário Episcopal para a Evangelização, Catequese e Doutrina da Fé, canonização de Bartolomeu dos Mártires “é uma graça que a todos pode ajudar na preparação próxima da próxima Jornada Mundial da Juventude que decorrerá em Lisboa, em 2022”.

“O tema escolhido pelo Papa para a próxima Jornada foi ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’ (Lc 1, 39)”. Este gesto de Maria foi atualizado, depois, pelo Beato Bartolomeu dos Mártires que, ao longo do seu ministério, se levantou e percorreu o território da vasta Arquidiocese, no desejo de anunciar o Evangelho”.

A diocese de Viana do Castelo anunciou já que o novo santo vai ser declarado padroeiro “de todos os que se dedicam à catequese na diocese” fazendo memória do seu “esforço evangelizador e do catecismo que escreveu”.

Em janeiro de 2016, o Papa Francisco havia já autorizado a canonização de Frei Bartolomeu dos Mártires sem a necessidade de um novo milagre atribuído à intercessão do futuro santo português, num processo que é denominado como canonização equipolente.

Bartolomeu Fernandes, ou Frei Bartolomeu dos Mártires, nasceu em Lisboa a 3 de  maio de 1514, e é recordado como uma das vozes de referência no Concílio de Trento (1543 – 1563), um momento decisivo na história da Igreja Católica na altura confrontada com a Reforma Protestante. Destacou-se, ainda, na sua missão pastoral à frente das comunidades católicas do Minho e de Trás-os-Montes, com especial relevo para o seu gosto pelas visitas pastorais às populações, a que dedicava grande parte do seu tempo.

Depois de resignar em 1582, por motivos de idade, Frei Bartolomeu dos Mártires viria a falecer em 1590, no Convento de Santa Cruz, em Viana do Castelo.

O bispo português foi declarado venerável a 23 de março de 1845, pelo Papa Gregório XVI, e beatificado a 4 de novembro de 2001, pelo Papa João Paulo II.

A cerimónia deverá ter lugar na Arquidiocese de Braga, no dia 10 de novembro, data em que começa a Semana dos Seminários.

Educris|06.07.2019



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