Venezuela: Repressão coloca país em «lista negra»

Relatório anual da Organização dos Estados Americanos, OEA, acaba de colocar a Venezuela na «lista negra» dos países onde se registam graves violações dos direitos humanos.

Publicado do final da semana passada, o referido relatório dá conta de que “o grave enfraquecimento da institucionalidade democrática, o alarmante aumento da repressão do protesto social e da liberdade de expressão”, assim como “a violência e insegurança” dos cidadãos e a “grave crise política, económica e social” que atravessa a Venezuela, exigem uma “atenção especial” e colocam o país na “lista negra” da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). 

Segundo esta Comissão, os atropelos “persistentes”,  assim como as “sistemáticas e “alarmantes” restrições aos direitos políticos e civis na Venezuela afectam especialmente as minorias e os grupos mais vulneráveis.

Esta tomada de posição vem reforçar as denúncias da Igreja Católica sobre a crise profunda que se vive na Venezuela e a incapacidade de o poder político encontrar respostas válidas para os principais problemas que atormentam as populações.

Ainda recentemente, o Cardeal Jorge Urosa Savino pedia gestos de solidariedade face ao número crescente de pessoas sem acesso a alimentos ou medicamentos. “Nesta época difícil, quando há gente a morrer por falta de medicamentos, devemos ser solidários. Há gente a morrer de fome, na Venezuela”, disse então o arcebispo de Caracas, sublinhando que havia já “gente a comer do lixo”.

Já em Setembro do ano passado, também D. Raul Castillo, Bispo de Guaira, denunciava em Fátima, em plena Peregrinação Internacional da Fundação AIS, a profunda crise em que se encontra a Venezuela.

“Neste momento, temos uma grave crise política, social e económica. A Igreja está preocupada, sobretudo, pela crise social, pela crise económica porque temos muitos pobres e, nesta pobreza, uma miséria de muita gente que está a sofrer com a fome, que está a morrer.”

O relatório agora publicado pela Organização dos Estados Americanos é também particularmente duro para com o regime cubano, acusando-o de “persistentes restrições aos direitos políticos, de associação, à liberdade de expressão e de difusão do pensamento, e as restrições à liberdade de movimento, continuam limitando de maneira sistemática os direitos humanos”.

Educris com AIS

28.03.2018



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