Salesianos: «E-vangelizar» ajuda à comunicação mais eficiente o Evangelho», padre Rui Alberto (Cáudio)

Salesianos do Estoril acolheram ontem agentes de pastoral, catequistas e animadores de jovens, num dia para descobrir “ferramentas para melhor se comunicar o Evangelho”

Foram quase três centenas os participantes da “edição do centro/sul” do «E-vangelizar». A iniciativa, promovida pelos Salesianos, e que pretende ajudar os agentes de pastoral e catequistas a “encontrar ferramentas para comunicar o evangelho de maneira mais eficiente”.

“Cada tempo tem o seu tempo e necessidades, e na Igreja temos de compreender a realidade e procurar ferramentas para uma comunicação do Evangelho mais eficiente”, explicou aos jornalistas o padre Rui Alberto, responsável pela Salesianos Editora.

A iniciativa, que contou no Estoril com 19 workshops de 75 minutos, não pretende “sobrepor-se às iniciativas formativas das dioceses”, mas aparece como “complementar de um percurso iniciado já”.

“Esta proposta não é sistemática, cabe às dioceses fazê-lo, mas pode complementar e enriquecer. A experiência dos workshops junta pessoas que estão dá décadas na catequese e outras que começaram recentemente, numa troca e partilha muito boas”, desenvolve o responsável.

Organizado pela Fundação Salesianos e Salesianos Editora o «E-vangelizar» chega à 13ª edição, com sessões em duas áreas geográficas distintas, para “fazer pontes entre a evangelização e a comunicação do evangelho”.

“A nossa intuição é fazer as pontes entre a evangelização, a sua comunicação e com atenção à dimensão educativa. O evangelho é sempre o mesmo, mas pode, e deve, usar ferramentas diferentes para se tornar claro aos interlocutores. A atenção do destinatário e da compreensão do outro. A ideia é fazer um leque. Trata-se de ir buscar outras fontes de saber que nos ajudam a anunciar melhor”, desenvolve o responsável.

Para o padre Rui Alberto o “tempo de hoje” é desafiante e a Igreja deve “compreender a realidade e buscar as ferramentas que levem a uma comunicação do evangelho mais eficiente. A compreensão que temos do evangelho, do destinatário e de nos próprios é diferente”, completa.

Celso Nogueira, catequista em Alcabideche, veio ao «E-vangelizar» pela primeira vez na expetativa de “enriquecer as capacidades de modo a servir melhor os mais novos”.

“Estou na catequese há muitos anos em fases diferentes. Andei pela pastoral de jovens. Agora estou com um grupo de crianças, e os desafios são diferentes dos mais velhos. Trata-se de repensar a pedagogia e reaprender a transmissão do evangelho aos mais novos”, aponta.

Também Bruno Leite trouxe ao «E-evangelizar» o workshop «Ensinar a criatividade». Ao EDUCRIS afirma que “é preciso que todos saibam que a criatividade também se treina” e que esta é “fundamental para a resolução de problemas”.

“Com este workshop queremos desconstruir a forma como pensamos e procuramos resolver problemas. Se cada um sair deste momento com uma ideia nova para levar aos que acompanhamos semanalmente, já ganhámos o nosso tempo”, aponta.

«Jornada Mundial mostrou-nos a dimensão da Igreja e a certeza de querer servir»

Ao fundo do espaço de recreio, transformado em auditório improvisado, cinco adolescentes preparam-se para os primeiros workshops do dia. Maria Lago acaba de ser confirmada na fé e aceitou o desafio de ser catequista.

“É a minha primeira vez e quero aprender tudo! Sou catequista do 1º ano e eles sendo agitados são também muito fofinhos”, afirma. Já Santiago Gomes, está confiante em fazer catequese, ele que está com meninos do 3º ano.

“Este é um ano crucial. Eles vão fazer a primeira comunhão e eu tenho de os preparar bem para esta mudança gigante nas suas vidas”, aponta. A “fazer equipa” com Santiago a Sofia afirma vir ao «E-vangelizar» para “aprender mais coisas de modo a ajudar os meninos”. “Espero poder aprender mais técnicas e conhecer mais dinâmicas e modos de fazer catequese”, completa.

Inês Domingas, do mesmo grupo dos restantes, afirma que decidiu ser catequista porque “na catequese fui muito feliz”. “É quase como um dever. Eu estive na catequese desde o 1º ano. Ali fui muito feliz e quero que outros o possam ser”, explica.

Num grupo de novos catequistas Dinis ferreira não foge à regra e está a fazer catequese pela primeira vez.

“É sobretudo gratificante fazer parte da iniciação à vida cristã dos mais novos. A participação na JMJ mostrou-nos a dimensão da Igreja e a certeza de querer servir.  É uma experiência para a vida inteira”, afirma.

Para este catequista o momento mais marcante foi “a vigília, com o Papa” por que “estávamos em silencio, em comunhão, e isso permitiu refletir e certificar que esta é a nossa missão na Igreja”, completa.

Sair da zona de conforto

Do outro lado da sala Marta Esteves, prepara-se para dinamizar o workshop de «técnicas e dinâmicas de grupo».

“Pretendemos que os catequistas conheçam a fundo o seu grupo e possam reconhecer as suas fragilidades e capacidades para que o grupo possa chegar ao que se espera”.

Com experiência em dinâmicas formativas semelhantes Marta Esteves diz que este é o momento de “os tirar do lugar” e obrigar a "sair da zona de conforto".

“Muitos vem à espera de milagres e de frases feitas. Querem técnicas infalíveis. Trata-se de tirá-los da sua zona de conforto para que possam conhecer melhor o seu grupo”.

Claudine Pinheiro, da Salesianos Editora destaca que o desafio da organização passa por “sermos cada vez mais ágeis em proporcionar um «E-vangelizar» com uma oferta formativa mais ampla, que vá ao encontro das expetativas dos participantes”.

“Queremos, mais do que fórmulas feitas, dar pelo menos uma competência nova por cada workshop. Queremos que estes momentos possam ser diversificados e ajudem cada catequista a encontrar ajuda para as suas necessidades”.

Educris|15.10.2023


E-vangelizar 2023



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