Educação: «Gratuidade, sentido e beleza», a chave para a crise, afirma o Papa

Encontro virtual refletiu sobre o pós pandemia e a necessidade de uma atuação “com sentido”

O Papa uniu-se hoje a centenas de pessoas, num encontro virtual promovido pelo seu projeto educativo ‘Scholas, assinalando o Dia Mundial do Ambiente.

Francisco assinalou ontem o Dia Mundial do Ambiente com um encontro com pais, professores, desportistas e empresários de todo o mundo e que contou, ainda, com a presença das primeiras-damas da Argentina, Belize, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Honduras, Panamá e Paraguai.

Num momento de incerteza e receio sobre o futuro pós pandemia o papa uniu-se aos jovens do projeto Scholas Occurrentes. Esta iniciativa, que conta com o apoio de Francisco visa apoiar crianças e adolescentes desfavorecidos, através de uma rede mundial de escolas pelo encontro, valorizando a arte, o desporto e a tecnologia nas propostas educativas.

Na mensagem dirigida aos mais novos o Papa lembrou a necessidade de “uma educação que gere sentido”.

“Nesta nova crise, que a humanidade enfrenta hoje, onde a cultura demonstrou ter perdido a sua vitalidade, quero celebrar Scholas, como uma comunidade que educa, e que abre as portas da Universidade do Sentido”, exortou o papa.

Perante centenas de participantes o papa vincou a importância de “educar para a beleza” e de fugir à “tentação de se fechar em si próprio” pois “as crises, se não forem bem acompanhadas, são perigosas, porque nos podemos desorientar”, advertiu.

Para ilustrar a sua ideia o Papa apresentou três imagens “que me vem ao coração para este caminho”.

O loco do filme «A Estrada da Vida», de Fellini; a «Vocação de Mateus», de Caravaggio e «O Idiota» de Dostoiévski.

Esta três histórias “são a história de uma crise. Nas três está em jogo a responsabilidade humana. A crise origina rutura, perigo, mas também abertura e oportunidade”, defendeu.

Francisco lembrou que “a vida é maior do que a nossa própria vida” e que uma “humanidade sem crise” seria “uma pobre humanidade”.

“Toda perfeita, toda alinhadinha. Seria uma humanidade enferma, adormecida”, situou.

Para a superação de qualquer crise o papa aconselhou a “ir acompanhado” para “eu não nos fechemos em nós próprios”.

“O projeto Scholas também nasceu em crise, mas lançou-se através da cultura, recusando baixar os braços e escutando os mais novos para os interrogar sobre ‘o que não funciona’”.

Francisco desafiou os mais novos a “nunca se esquecerem que a gratuidade, o sentido e a beleza” são palavras que “podem parecer inúteis” mas “delas depende a humanidade inteira e o futuro”.



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