Vaticano: O Cristianismo é "uma história de amor"

Francisco alertou, na eucaristia desta manhã, para o perigo da "rotina espiritual". Missa ficou marcada pela canonização dos primeiros mártires brasileiros entre os quais o português Ambrósio Francisco Ferro.

Na sua homilia o papa tomou, para reflexão, o trecho do evangelho do dia, retirado o evangelho de Mateus, e que narra a festa das núpcias. Para o Papa "o filhos do rei, o noivo", facilmente pode ser comparado com o próprio "Jesus". Francisco lembrou que "todos somos os convidados para a boda" pois Deus "deseja ter connosco "uma comunhão total de vida":

"Os convidados somos nós, todos nós, porque o Senhor deseja «celebrar as bodas» com cada um de nós. As núpcias inauguram uma comunhão total de vida. É o que Deus deseja ter com cada um de nós. Por isso o nosso relacionamento com Ele não se pode limitar ao dos devotados súbditos com o rei, ao dos servos fiéis com o patrão ou ao dos alunos diligentes com o mestre, mas é, antes de tudo, o relacionamento da noiva amada com o noivo. Por outras palavras, o Senhor deseja-nos, procura-nos e convida-nos, e não se contenta com o nosso bom cumprimento dos deveres e a observância das suas leis, mas quer uma verdadeira e própria comunhão de vida connosco, uma relação feita de diálogo, confiança e perdão", afirmou o Papa.

Deste modo a vida cristã deve ser, antes de tudo, "uma história de amor com Deus". Um Deus que "toma gratuitamente a iniciativa" através de um "amor gratuito". Neste ponto o Papa chamou a atenção para o perigo da rotina espiritual que acontece na vida do crente quando se perde de vista o amor:

"Se se perde de vista o amor, a vida cristã torna-se estéril, torna-se um corpo sem alma, uma moral impossível, um conjunto de princípios e leis a respeitar sem um porquê. Ao contrário, o Deus da vida espera uma resposta de vida, o Senhor do amor espera uma resposta de amor. No livro do Apocalipse Ele, dirigindo-Se a uma das Igrejas, faz-lhe concretamente esta censura: «Abandonaste o teu primitivo amor» (2, 4). Aqui está o perigo: uma vida cristã rotineira, onde nos contentamos com a «normalidade», sem zelo nem entusiasmo e com a memória curta. Em vez disso, reavivemos a memória do primitivo amor: somos os amados, os convidados para as núpcias, e a nossa vida é um dom, sendo-nos dada em cada dia a magnífica oportunidade de responder ao convite", apontou.

No final Francisco convidou os crentes a "reavivar a memória do primitivo amor":

"Somos os amados, os convidados para as núpcias, e a nossa vida é um dom, sendo-nos dada em cada dia a magnífica oportunidade de responder ao convite”, sustentou.

Novo Santo português: Novos santos para a América Latina

Na eucaristia desta manhã, no Vaticano, foram canonizados 35 novos santos. Como mártires do Brasil Francisco canonizou o sacerdote português Ambrósio Francisco Ferro, morto no Brasil a 3 de outubro de 1645 no decorrer das perseguições anticatólicas, por tropas holandesas. Para além do padre Português o Papa canonizou os padres André de Soveral  e Mateus Moreira bem como 27 companheiros leigos. 

Além dos mártires do Brasil, foram canonizados três jovens mexicanos (Cristóforo, António e João), mortos entre 1527 e 1529, considerados os "protomártires do México"; o padre espanhol Faustino Míguez (1831-1925), que se destacou na educação dos mais desfavorecidos e das mulheres; e o religioso capuchinho Angelo de Acri (1669-1739), italiano, um confessor conhecido pelo seu apostolado itinerante.

Educris 15.10.2017

Foto: CTV



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