Papa Francisco: "remorsos de consciência" são sinais de "salvação"

Na manhã desta quinta-feira o Papa Francisco celebrou a missa na capela da Casa Santa Marta. Na sua homilia Francisco exortou os fiéis a não ter medo de dizer a verdade sobre a nossa vida e a tomar consciência dos nossos pecados confessando-os ao Mestre para que os perdoe.

Tomando, como ponto de partida da sua reflexão, o comportamento de Herodes perante a pregação de Jesus o Papa lembrou a dificuldade do rei em "saber o que pensar" sobre o Mestre:

"Não era uma curiosidade mas sim um remorso na alma, no coração. O rei procurava ver Jesus para poder tranquilizar-se. Queria ver milagres realizados por Cristo, mas Jesus não fez um circo diante dele e foi entregue a Pilatos. E Jesus pagou com a morte".

Para o Papa esta curiosidade, este "remorso da alma" lembrou o rei a "cobrir um crime com outro. Tapou os remorsos da consciência com outro crime, como quem quer matar o temor. O remorso da consciência não é uma simples recordação, mas uma chaga", apontou.

"Uma chaga que quando na vida fizemos alguns males, dói. É uma chaga escondida, não se vê; nem eu a vejo, porque me acostumo a carregá-la e depois a anestesio. Está ali, alguns tocam-na, mas a ferida está dentro. Quando esta chaga faz mal, sentimos remorsos. Não estou somente consciente de ter feito o mal, mas sinto-o no coração, no corpo, na alma e na vida. Disto nasce a tentação de escondê-lo para não o sentir".

Francisco sustentou então que "é uma graça sentir que a consciência nos acusa" porque "nenhum de nós é santo" e todos "estamos inclinados a olhar para os pecados dos outros e não para os nossos próprios":

"Devemos «batizar» a chaga, isto é, dar-lhe um nome. E depois rezar. Pedir ao Senhor que tenha piedade de mim que sou pecador. Jesus escuta a nossa oração. Depois necessito de ser humilde para examinar a minha vida e pedir ajuda a alguém para que a chaga saia de nós", explicou.

No final da sua homilia o Papa rezou para que "o Senhor nos dê a graça de termos a coragem de nos acusarmos para caminharmos no caminho do perdão".

Educris com Osservatore Romano



Newsletter Educris

Receba as nossas novidades