Angelus: «Igreja, sinal de unidade e comunhão»

Na manhã deste domingo o Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus na praça de São Pedro, no Vaticano. Na sua preleção Francisco recordou o desejo de Jesus de construir "a Igreja", uma "comunidade" que deveria ser sinal de "unidade e comunhão".

Leia, na íntegra, a intervenção do Santo Padre.

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho deste domingo (Mt 16,13-20) traz-nos uma passagem chave no caminho de Jesus com os Seus discípulos: o momento em que ele quer ver até que ponto é a fé deles Nele. Primeiro pretende saber o que as pessoas pensam de Si; e as pessoas pensam que Jesus é um profeta, o que é verdade, mas não vai ao âmago da sua Pessoa, não abarca o centro da sua missão. Depois disto coloca aos discípulos uma pergunta que está mais próxima do coração, e fá-lo diretamente: «E vós quem dizeis que eu sou?» (V.15). Com aquele «mas» Jesus destaca decisivamente os apóstolos das massas da população, como que a dizer: Vós que estais comigo todos os dias e me conheceis de perto, que coisas apreendeste a mais? O Mestre espera uma resposta mais completa e diferente da opinião pública. E, com efeito, tal resposta nasce do coração de Simão Pedro: «Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo» (V. 16). Simão Pedro encontra nos seus próprios lábios palavras maiores do que ele, palavras que não vêm das duas capacidades naturais. Talvez não tenha feito a escola primária, e foi capaz de dizer estas palavras, maiores do que ele! Mas são inspiradas pelo Pai celeste (cfr V.17), o qual revela ao primeiro dos Doze a verdadeira identidade de Jesus: Ele é o Messias, o Filho enviado por Deus para Salvar a humanidade. E perante esta resposta, Jesus percebe que, graças à fé dada pelo Pai, existe um fundamento sólido sobre o qual pode construir a sua comunidade, a sua Igreja. Por isso diz a Simão: «Tu, Simão, serás chamado Pedro – isto é pedra, rocha – e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja» (V. 18).

Também connosco, hoje, Jesus quer continuar a construir a sua Igreja, esta casa com bases sólidas, mas onde não faltam rachaduras, que necessitam de esforço continuo para serem reparadas. Sempre. A Igreja tem sempre a necessidade de ser reformada, reparada. Nós certamente não nos sentimos rochas, mas apenas pedras pequenas. No entanto, nenhuma pedra pequena é inútil, de facto, nas mãos de Jesus, a pedra mais pequena torna-se preciosa porque Ele coleciona-a, olha-a com grande ternura, trabalha-a com o seu Espírito e coloca-a no lugar certo desde sempre pensado por Ele e onde esta pedra poderá ser mais útil para todos o edifício. Cada um de nós é uma pedra pequena, mas nas mãos de Jesus participa da construção da Igreja. E todos nós, embora pequenos, somos "pedras vivas", porque quando Jesus toma a mãos uma pedra, e a faz sua, torna-a viva, plena de vida, plena da vida do espirito Santo, plena da vida do seu amor, e deste modo temos um posto na missão da Igreja: esta é comunidade de vida, constituída por muitas pedras diferentes, formando um único edifício como sinal de fraternidade e comunhão.

Além disso, o Evangelho de hoje lembra-nos que Jesus desejou que a sua Igreja fosse também um centro visível de comunhão em Pedro – mesmo ele, não é uma grande pedra, é uma pequena pedra, mas unida a Jesus torna-se centro de comunhão – em Pedro e naqueles que lhe sucederam na mesma responsabilidade de primazia, que desde então foram identificados nos Bispos de Roma, a cidade onde Pedro e Paulo testemunharam o sangue.

Confiemos em Maria, Rainha dos Apóstolos, Mãe da Igreja. Ela estava no cenáculo ao lado de Pedro quando o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos e inspirou a saírem, anunciando a todos que Jesus é o Senhor. Hoje a nossa Mãe apoia-nos e acompanha-nos com a sua intercessão, para realizar plenamente a unidade e comunhão para a qual Cristo e os Apóstolos oraram e deram a vida.

Tradução Educris a partir do original em italiano



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