Egito: Papa fala aos jornalistas no avião de regresso a Roma

O Papa Francisco manteve a tradição e disponibilizou-se para responder a várias questões dos jornalistas presentes no avião papal na viagem de regresso a Roma após dois dias no Egito.

O Papa argentino começou por pronunciar-se sobre a questão dos conflitos sociais na Venezuela assegurando que a Santa Sé está disposta a ajudar na resolução do problema naquele país se estiverem reunidas condições claras, com as garantias necessárias”.

Esta intervenção de Francisco surge meses depois de quatro antigos presidentes hispânicos terem pedido ao papa que interviesse na região de modo a que se conseguisse um acordo político para a Venezuela.

O próprio Papa recordou, na conversa com os jornalistas, este momento:

“Houve intervenção da Santa Sé, a pedido de quatro presidentes. Infelizmente não resultou. As propostas que formos fazendo não foram aceites ou ficavam a meio. Todos sabemos da difícil situação da Venezuela, um país que gosto muito”.

Os refugiados: Os campos de concentração

A segunda temática dos cerca de 30 minutos de conversa com a imprensa foi lançada por um jornalista alemão que o questionou acerca da expressão «campo de concentração», que o Papa utilizou na celebração da memória dos novos mártires e onde considerou que muitos campos de refugiados eram autênticos campos de concentração.

“Há campos de refugiados que são verdadeiros campos de concentração. Alguns talvez estejam na Itália, e noutro locais, mas na Alemanha não, certamente”, afirmou o Papa.

 

Eleições Francesas: O risco da desagregação europeia

 

Um dos temas ‘quentes’ do presente político na europa, as eleições francesas, foram também objeto de questionamento ao Papa Francisco. A este propósito o Papa afirmou desconhecer a “história dos dois candidatos” e sustentou que “cada país é livre de fazer as suas escolhas. Não posso julgar as escolhas que se fazem e porque se fazem”.

“A Europa corre o risco de se desagregar e temos de meditar sobre isso. Há um problema que assusta o continente, que é a imigração. Mas não esqueçamos que a Europa também foi feita de muitos imigrantes”, sustentou.

Uma guerra entre a Coreia e os Estados Unidos da América?

A questão dos armamentos e a Coreia do Norte foi outra das questões lnaçadas pelos jornalistas. O Papa insistiu na ideia de que a guerra mundial já começou mas tem várias configurações.

“Esta é uma guerra mundial em pedaços, de que tenho falado há mais de dois anos. Tem-se expandido e concentra-se hoje em questões que já eram quentes. Há um ano e meio que se sabe dos mísseis da Coreia do Norte, mas agora as coisas aqueceram”.

Para Francisco é fundamental “uma solução diplomática” que tem de trazer de novo à “liderança mundial a ONU”.

O Papa sustentou que ainda é tempo de intervir diplomaticamente na região e alertou para os riscos de um conflito:

“Uma guerra alargada destruirá - não digo a metade - mas grande parte da humanidade e da cultura. Seria terrível. Temos que parar rapidamente esta escalada de violência pois trata-se do futuro da humanidade”.



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