Ângelus: Cristãos são chamados a «semear sem se cansar», recorda o Papa

Francisco comentou o trecho do evangelho deste domingo, que apresenta a parábola do semeador, e pediu aos pais, filhos e ‘semeadores do evangelho’ a coragem de semear com a certeza da atuação “do Espírito Santo”

O Papa exortou hoje os cristãos a perceberem a “Palavra de Deus” como uma pequena semente e a serem perseverantes para “dar frutos abundantes” de vida nova.

“A Palavra é a semente, nós somos o solo: podemos recebê-la ou não. Mas Jesus, ‘bom semeador’, não se cansa de semear generosamente. Ele conhece o nosso terreno, sabe que as pedras da nossa inconstância e os espinhos dos nossos vícios (cf. vv. 21-22) podem sufocar a Palavra, mas espera, espera sempre que possamos dar frutos abundantes (cf. v. 8)”.

Antes da recitação da oração mariana do Ângelus, Francisco desafiou os crentes a “semear sem nos cansar” e pediu aos pais para semear a boa semente nos filhos sem desanimar.

“Os pais semeiam o bem e a fé nos filhos, e são chamados a fazê-lo sem desanimar, ainda que às vezes pareçam não os compreender nem apreciar os seus ensinamentos, ou se a mentalidade do mundo ‘rema contra isto’. A boa semente fica, isso é o que conta, e vai criar raízes na hora certa”.

Aos pais o Papa lamentou os que cedem à desconfiança e “desistem de plantar” deixando “os filhos à mercê da moda e dos motivos, sem lhes dedicar tempo, sem os educar”.

“Assim o solo fértil vai encher-se de ervas daninhas. Pais, não se cansem de semear nos seus filhos”, exortou.

Aos jovens Francisco apresentou o desafio da “oração” que é como “uma pequena semente que não se vê, mas com a qual tudo o que se vive é confiado a Jesus, e assim Ele pode fazê-lo amadurecer”.

“Penso, também no tempo para dedicar aos outros, a quem mais precisa: pode parecer perdido, mas é um tempo sagrado, enquanto as aparentes satisfações do consumismo e do hedonismo deixam as mãos vazias. E penso em estudar: é verdade, é cansativo e não é imediatamente satisfatório, como quando se semeia, mas é essencial para construir um futuro melhor para todos”, desenvolveu.

No final da sua reflexão, e dirigindo-se aos “semeadores do Evangelho”, os “muitos bons sacerdotes, religiosos e leigos comprometidos com o anúncio, que vivem e pregam a Palavra de Deus muitas vezes sem obter sucesso imediato”, o Papa lembrou que “quando anunciamos a Palavra, mesmo onde nada parece acontecer, na realidade o Espírito Santo está a trabalhar e o reino de Deus já está a crescer, por meio e além dos nossos esforços”, e deixou o desafio:

“Lembremo-nos das pessoas que plantaram a semente da Palavra de Deus na nossa vida – cada um de nós pense: ‘como começou a minha fé? Semeio o bem? Preocupo-me apenas em colher para mim ou também em semear para os outros? Semeio algumas sementes do Evangelho na vida quotidiana: estudo, trabalho, tempo livre? Desanimado ou, como Jesus, continuo a semear, mesmo sem ver resultados imediatos?”, interrogou.

Imagem: PQ

Educris|16.07.2023