Papa lembra «valor do trabalho em equipa» e alerta para a «tirania comercial» estéril no desporto

Francisco recebeu elementos do Real Clube Celta de Vigo, entre os quais o português Gonçalo Paciência, nos 100 anos do clube de futebol espanhol

O Papa Francisco afirmou ontem que o desporto deve ser “uma oportunidade para redescobrir e promover muitos dos valores da nossa sociedade” e convidou os futebolistas do Celta de Vigo a “recuperar sempre as origens e o significado das vossas cores. O azul, da Virgem Imaculada, e a Cruz de Santiago”.

“Trabalhamos muito, lutamos, queremos ser felizes, vencer, mostrar o nosso valor, mas absorvidos em defender as nossas cores, esquecemo-nos do que elas significam”, lembrou para evocar os migrantes galegos que partiram rumo à ‘sua’ Argentina, e as raízes das grandes rotas de peregrinação do apóstolo São Tiago, na Galiza.

“As vossas raízes falam de uma terra que não se fecha ao irmão que chega como peregrino e das pessoas capazes de deixar tudo, a fim de se lançar nas mais altas façanhas. Espírito de aventura saudável e espírito de hospitalidade fraterna”, sublinhou.

“É muito importante o trabalho em equipa. Quando no desporto não se trabalha em equipa todos perdem. Entregar-se com generosidade, sem regatear esforços, sabendo sacrificar-se pelo outro quando é necessário. De igual modo é aceitar confrontar-se com outras equipas e melhorar, aprender, colocar-se à prova”, desenvolveu.

Para o Papa “o outro, mais que um adversário digno de respeito, é sempre um amigo bem-vindo”.

“Se o nosso jogo e a nossa vida, coerentes entre si, derem este exemplo, seremos capazes de transmitir, não a paixão pelas cores que excluem, mas o amor pelo que elas representam”, sustentou.

Num mundo onde o lucro e a dimensão económica se sobrepõem, não poucas vezes, ao amor pelo mais puro desta autêntica arte humana, Francisco convidou os atletas a manter “a dimensão amadora” sempre presente.

“Quando o desporto, neste caso o vosso, perde a dimensão amadora, perde o sentido, torna-se comercial ou simplesmente asséptico, sem paixão. Por favor, mantenham esta mística ‘amadora’”, completou.

Imagem: Vatican Media

Educris|11.07.2023



Newsletter Educris

Receba as nossas novidades