Regina Coeli: Com a Ascensão «o céu é um pouco nosso», afirma o Papa

Francisco meditou sobre a solenidade da «Ascensão do Senhor» e lembrou que “com Jesus Deus deixa de ser apenas espírito e assume a nossa carne”

Leia, na íntegra, a reflexão do Santo Padre

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje na Itália e em muitos outros países se celebra a Ascensão do Senhor. É uma festa que conhecemos bem, mas que pode levantar algumas questões, pelo menos duas. A primeira: porquê comemorar a saída de Jesus da terra? Parece que a sua despedida é um momento triste, não exatamente algo para se alegrar! Porquê celebrar uma partida? Primeira pergunta. Segunda pergunta: o que ele está a fazer agora no céu? Primeira pergunta: porque comemorar? Segunda pergunta: o que Jesus faz no céu?

Por que celebramos? Porque com a Ascensão aconteceu algo novo e belo: Jesus levou a nossa humanidade, a nossa carne ao céu - é a primeira vez! - isto é, ele levou-a a Deus. Essa humanidade, que assumiu na terra, não ficou aqui. O Jesus ressuscitado não era espírito, não, ele tinha o seu corpo humano, carne, ossos, tudo, e lá, em Deus, ele estará para sempre. Podemos dizer que desde o dia da Ascensão o próprio Deus “mudou”: desde então já não é só espírito, mas por tudo o que nos ama, traz em si a nossa própria carne, a nossa humanidade! O lugar que nos espera está indicado, o nosso destino está ali. Assim escrevia um antigo Padre na fé: «Esplêndida notícia! Aquele que se fez homem por nós [...], para nos tornar seus irmãos, apresenta-se como homem diante do Pai, para levar consigo todos os que a ele estão unidos» (São Gregório de Nisa, Discurso sobre a Ressurreição de Cristo, 1). Hoje celebramos "a conquista do céu": Jesus que volta ao Pai, mas com a nossa humanidade. E assim o céu já é um pouquinho nosso. Jesus abriu a porta e seu corpo está ali.

A segunda pergunta: o que Jesus faz no céu? Ele está por nós diante do Pai, mostra-lhe continuamente a nossa humanidade, mostra-lhe as feridas. Gosto de pensar que Jesus, diante do Pai, reza assim, mostrando-lhe as suas chagas. "Isto é o que sofri pelos homens: faz alguma coisa!" Ele ensina o preço da redenção, e o Pai comove-se. Isto é algo que eu gosto de pensar. É assim que Jesus reza. Ele não nos deixou sozinhos. Com efeito, antes de subir disse-nos, como hoje diz o Evangelho: «Eis que estarei convosco todos os dias até ao fim do mundo» (Mt 28,20). Ele está sempre connosco, olha por nós, está "sempre vivo para interceder" (Hb 7,25) em nosso favor.  Para mostrar as chagas ao Pai, por nós. Numa palavra, Jesus intercede; Ele está no melhor “lugar”, diante do seu e nosso Pai, para interceder por nós.

A intercessão é essencial. Esta fé ajuda-nos também: ajuda-nos a não perder a esperança, a não desanimar. Diante do Pai há alguém que lhe mostra as chagas e intercede. Que a Rainha do Céu nos ajude a interceder com a força da oração.

Tradução EDUCRIS a partir do original em italiano

Imagem: Vatican Media

Educris| 21.05.2023



Newsletter Educris

Receba as nossas novidades