Ângelus: «Advento é tempo de oração»

Na manhã deste II Domingo do Advento o Papa Francisco recitou a oração mariana do Ângelus com milhares de peregrinos que a ele se juntaram na praça de São Pedro, no Vaticano.

Na sua alocusão Francisco lembrou o tempo "favorável para preparar a vinda de Jesus" e o momento " de ir ao encontro dos que mais necessitam" explicando aos fiéis o sentido dos "montes, vales e colinas" apresentados na primeira leitura retirada do livro do profeta Isaías.

Leia, na íntegra, toda a alocusão do Santo Padre.

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

No domingo passado iniciámos o Advento com um convite para vigiar; hoje, segundo domingo deste tempo de preparação para o Natal, a liturgia indica-nos o seu próprio conteúdo:  é um tempo para reconhecer as lacunas que devem ser preenchidas nas nossas vidas, para suavizar a aspereza do orgulho e dar espaço a Jesus que vem.

O profeta Isaías dirige-se ao povo anunciando o fim do exílio na Babilónia e o retorno a Jerusalém. Ele profetiza: «Uma voz clama no deserto, preparai o caminho para o Senhor [...]. sejam alteados os vales» (40.3). Os vales a serem alteados representam todos os vazios do nosso comportamento diante de Deus, todos os nossos pecados de omissão. Um vazio nas nossas vidas pode ser o facto de que não oramos ou rezamos muito pouco. O advento é então o momento certo para rezar mais intensamente, para reservar um lugar importante para a vida espiritual. Outro vazio pode ser a falta de caridade para com os outros, especialmente com aqueles que precisam de ajuda não só material, mas também espiritual. Somos chamados a estar mais atentos às necessidades dos outros, mais próximos. Como João Batista, assim podemos abrir caminhos de esperança no deserto dos corações secos de muitas pessoas.

«Abatidos os montes e as colinas» (v. 4), exorta, ainda, Isaías. As montanhas e colinas que devem ser abatidas são o orgulho, a soberba, a prepotência. Onde há orgulho, onde há prepotência, onde existe soberba, o Senhor não pode entrar porque o coração está cheio de orgulho, de soberba, de prepotência. Por isto, devemos diminuir este orgulho. Devemos assumir atitudes de mansidão e humildade, sem repreender, ouvir, falar com mansidão e assim preparar a vinda do nosso Salvador, Ele que é manso e humilde de coração (Mt 11,29). Somos convidados a eliminar todos os obstáculos que colocamos na nossa união com o Senhor: «endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas escarpadas. Então se manifestará a glória do Senhor e todo o homem verá a sua magnificência» (Is 40, 4-5). Mas estas ações devem ser feitas com alegria, porque elas destinam-se a preparar a chegada de Jesus. Quando aguardamos em casa uma visita de um ente querido, preparamos tudo com cuidado e felicidade. Da mesma forma, queremos preparar-nos para a vinda do Senhor: esperá-lo todos os dias com solicitude, para ser preenchido com a sua graça quando ele vier.

O Salvador que esperamos é capaz de transformar a nossa vida com a sua graça, com o poder do Espírito Santo, com o poder do amor. De facto, o Espírito Santo derrama em nossos corações o amor de Deus, uma fonte inesgotável de purificação, de nova vida e liberdade. A Virgem Maria viveu completamente esta realidade, deixando-se "batizar" pelo Espírito Santo, que a inundou com o seu poder. Ela, que preparou a vinda de Cristo com a totalidade da sua existência, ajuda-nos a seguir o seu exemplo e a orientar os nossos passos para encontrar o Senhor que vem.

Educris a partir do original italiano



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