Papa Francisco: "Madre Teresa foi testemunha da proximidade de Deus aos mais pobres"

Na manhã deste Domingo o Papa Francisco celebrou a eucaristia de canonização de Madre Teresa de Calcutá, a fundadora das Missionárias da Caridade.

Na sua homilia o Papa afirmou que a missão da religiosa "continua nos nossos dias como um testemunho eloquente da proximidade de Deus junto dos mais pobres entre os pobres".

Numa Praça de São Pedro repleta de fiéis Francisco iniciou a sua homilia tomando a passagem do livro da Sabedoria (9,13) em que o autor sapiencial pergunta 'Qual o homem que conhece os desígnios de Deus?'. O Santo Padre afirmou que a resposta a esta pergunta está nas mãos de cada um:

"Os protagonistas da história são sempre dois: Deus de um lado e os homens do outro. A nossa missão é perceber o chamamento de Deus e aceitar a sua vontade. Mas para aceitá-la sem hesitar, perguntemo-nos: qual é a vontade de Deus na minha vida?", questionou.

Olhando para o exemplo de Santa Teresa de Calcutá o Papa lembrou que "para Deus são agradáveis todas as obras de misericórdia, porque no irmão que ajudamos, reconhecemos o rosto de Deus que ninguém pode ver (cf. Jo 1,18). Todas as vezes em que nos inclinamos às necessidades dos irmãos, damos de comer e beber a Jesus; vestimos, apoiamos e visitamos o Filho de Deus (cf. Mt 25,40)" e somos "chamado a pôr em prática o que pedimos na oração e professamos na fé".

Francisco advertiu que "não existe alternativa para a caridade; quem se põe ao serviço dos irmãos, embora não o saibamos, são aqueles que amam a Deus". Para o Papa o seguimento de Jesus é um compromisso sério e ao mesmo tempo alegre que "exige radicalidade e coragem para reconhecer o divino Mestre no mais pobre e colocar-se ao seu serviço":

"Onde quer que haja uma mão estendida pedindo ajuda para levantar-se, ali deve estar a nossa presença e a presença da Igreja, que apoia e dá esperança", reforçou.

Tomando o exemplo de Madre Teresa, enquanto sinal vísivel da Igreja junto dos mais pobres Francisco afirmou:

"Madre Teresa, ao longo de toda a sua existência, foi uma dispensadora generosa da misericórdia divina, fazendo-se disponível a todos, através do acolhimento e da defesa da vida humana, dos nascituros e daqueles abandonados e descartados. Comprometeu-se na defesa da vida, proclamando incessantemente que «quem ainda não nasceu é o mais fraco, o menor, o mais miserável».”

Para o Papa a religiosa soube inclinar-se "sobre as pessoas indefesas, deixadas moribundas à beira da estrada, reconhecendo a dignidade que Deus lhes dera; fez ouvir a sua voz aos poderosos da terra, para que reconhecessem a sua culpa diante dos crimes da pobreza criada por eles mesmos":

"A sua missão nas periferias das cidades e nas periferias existenciais permanece nos nossos dias como um testemunho eloquente da proximidade de Deus junto dos mais pobres entre os pobres. Hoje entrego a todo o mundo do voluntariado esta figura emblemática de mulher e de consagrada: que ela seja o vosso modelo de santidade! Que esta incansável agente de misericórdia nos ajude a entender mais e mais que o nosso único critério de ação é o amor gratuito, livre de qualquer ideologia e de qualquer vínculo e que é derramado sobre todos sem distinção de língua, cultura, raça ou religião."

No final o Papa recordou uma das inúmeras frases de Santa Teresa de Calcutá: «Talvez não fale a língua deles, mas posso sorrir» e rezou:

"Levemos no coração o seu sorriso e ofereçamo-lo a quem encontremos no nosso caminho, especialmente àqueles que sofrem. Assim abriremos horizontes de alegria e de esperança numa humanidade tão desesperançada e necessitada de compreensão e ternura", concluiu o Papa.



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