"A Igreja somos todos nós. Perceber Cristo é perceber a Igreja"

Na manhã desta quarta-feira o papa Francisco continuou a sua reflexão sobre a Igreja no contexto da audiência geral na Praça de São Pedro.

Na ocasião o papa explicou a questão da Igreja que conhecemos, ?as paróquias, comunidades, dioceses, movimentos? a Igreja ?institucional? constituída por aqueles que ?a governam?.

?Como podemos entender a relação entre a realidade espiritual da Igreja e a visível?? perguntou o Papa.

?Antes de tudo, quando falamos da realidade visível, não devemos pensar apenas no Papa, nos Bispos, nos padres, nas freiras e nas pessoas consagradas. Ela abriga também muitos irmãos e irmãs batizados que no mundo crêem, esperam e amam e que em nome de Jesus, se aproximam dos mais sofredores e últimos para lhes oferecer alívio, conforto e paz. Assim, é difícil compreender toda a dimensão da Igreja visível, já que não podemos medir o bem que ela faz".

Para o Papa a tentação de colocar toda a realidade numa catalogação é improvisar porquanto é difícil ?calcular as obras de amor, a infidelidade nas famílias, o trabalho quotidiano dos pais ao transmitir a fé aos filhos, o sofrimento dos doentes?. ?Como conhecer todas as maravilhas que, por meio de nós, Cristo consegue atuar no coração e na vida das pessoas??, questionou, pela segunda vez o Papa.

Para percebermos a Igreja e compreendermos ?a realidade visível e a espiritual da Igreja? temos que ?olhar para Cristo?.

?Assim como em Cristo, a natureza humana completa plenamente a divina, e se põe ao seu serviço, o mesmo acontece na Igreja: a Igreja também é um mistério no qual aquilo que não se vê é mais importante do que se vê e pode ser reconhecido somente com os olhos da fé?.

?No caso da Igreja, no entanto, como pode a realidade visível colocar-se a serviço da espiritual??, perguntou o Papa, pela terceira vez. E a resposta está mais uma vez em Cristo, que é o modelo da Igreja e de todos nós. Podemos compreender lendo o Evangelho de Lucas, que narra a primeira pregação de Jesus na sinagoga de Nazaré. O trecho mostra que lhe foi dado o Espírito do Senhor que estava sobre Ele e lhe conferiu a unção para uma obra de libertação, de luz e de misericórdia.

Deste modo ? afirmou o papa - ?assim como Jesus se serviu da sua humanidade para anunciar e realizar o desígnio divino da redenção, assim também a Igreja, através da sua realidade visível, dos sacramentos e do seu testemunho, é chamada a aproximar-se de todo o ser humano começando por quem é pobre, por quem sofre e por quem vive marginalizado, para continuar a fazer sentir a todos o olhar compassivo e misericordioso de Jesus?.

No final da sua catequese Francisco lembrou que, muitas vezes a Igreja faz a experiência ?da sua fragilidade e dos seus limites: ?Isto causa-nos um profundo desgosto, principalmente quando damos o mau exemplo e nos tornamos motivo de escândalo. Todos somos pecadores ? acrescentou ? todos somos pecadores?. O Papa pediu a quem não fosse pecador que levantasse a mão, e nenhum dos presentes na Praça o fez.

O Papa insistiu no conceito que ?falar mal dos outros é um pecado?, e reiterou que nós, ao invés de sermos maus exemplos, devemos ser testemunhas, ?como Jesus quer que sejamos?.

?Por isso, pedimos ao Senhor o dom da fé, para que entendamos como ? não obstante a nossa pequenez e nossa pobreza ? o Senhor fez de nós instrumento de graça e sinal visível de seu amor por toda a humanidade?.

Com agência Zenit



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