Roma: "Educar é cultivar a Vida"

Na tarde do dia 18 de novembro os participantes do Congresso Internacional das Escolas Católicas foram recebidos na Sala Paulo VI, no Vaticano, pelo Cardeal Giuseppe Versaldi, perfeito da Congregação para a Educação Católica.

Na ocasião o responsável pela Educação começou por saudar e agradecer aos participantes a sua presença e recordou “o longo processo preparatório que hoje nos trouxe aqui”. Na sessão de abertura o Cardeal Giuseppe Versaldi começou por abordar o “direito à educação” afirmando que este é da mesma natureza que a “própria dignidade da pessoa humana, sem nenhuma distinção de sexo, nação, religião ou condição social” como, aliás, “referem os documentos do magistério da Igreja”.

O responsável da Santa Sé pela educação recordou o drama dos “mais de 58 milhões de crianças analfabetas” e os mais de 10 mil ataques cometidos contra escolas e universidades entre 2006 e 2013”, reafirmando “os atos discriminatórios cometidos por alguns governos contra centros educativos católicos”.

Futuro: Lugar à Esperança

Na sessão de abertura o Cardeal Giuseppe Versaldi fez questão de apresentar números de “esperança” sobre a educação no mundo “tendo em conta a inversão de tendências nesta área como comprovam países como o Burundi, Iemen, Gana Nepal, Ruanda, India, Irão e Vietnam” que no início do milénio contavam, em conjunto, com “um quarto das crianças não escolarizadas no mundo” e, em pouco mais de dez anos “conseguiram reduzir os números de 27 milhões para 4 milhões”.

Educação: Lugar para cultivar a pessoa

Olhando, em seguida, para o logotipo do próprio Congresso o perfeito da Congregação para a Educação católica afirmou que este “sugere que, tal como a semente se transforma em arvora, assim a educação é o cultivo da pessoa com o objetivo de a tornar um fruto que enriqueça a sociedade”.

Para que tal seja possível “é necessária uma ação conjunto do sujeito, dos ‘agricultores”, que começam por ser os pais e de onde emanam todos os restantes”. Deste modo o “educador deve, em primeiro lugar, conhecer a pessoa e fazê-la crescer segundo a sua natureza”. Deste modo é chamado ao trabalho na educação aquele que “respeita os processos de crescimento e os acompanha” numa verdadeira “arte do acompanhamento como nos recorda o Papa Francisco na Evangelium Gaudium”, apontou.

Giuseppe Versaldi fez questão de recordar que “hoje a missão do educador parece ter caído numa súbita escuridão sobre a identidade da pessoa” mas a tradição cristã “é portadora de uma proposta bem definida que radica na verdade integral acerca da pessoa e sobre a identidade do educador enquanto ‘agricultor’” que chega à “excelência do seu trabalho através da combinação harmónica de uma preparação profissional, humana e cristã”.

No final da sua mensagem de boas vindas o responsável da Santa Sé pela Educação afirmou que “pela amplitude que a identidade do educador implica” é necessário uma “formação permanente que o preparare para estes três âmbitos”:

Não basta ser mestre do que se ensina, confiando exclusivamente o êxito educativo á eficácia dos métodos, às técnicas e tecnologias”. O Cardeal Versaldi insistiu que “é necessário ser testemunhas credíveis da verdade e do bem através da coerência da própria vida”.

Deste modo, concluiu, “o educador cristão une em si o ser profissional com a personalidade” de tal modo que “a profissão une-se à missão” exigindo, assim, “um sério programa de formação dos educadores”.

A iniciativa estende-se até ao próximo dia 21 de novembro e "celebra os aniversários dos 50 anos da Declaração Gravissimum Educationis e dos 25 anos da Constituição Apostólica Ex Corde Ecclesiae, que se celebram em 2015, tendo como objetivo “relançar o compromisso da Igreja no âmbito da educação”.

No final desta sessão de apresentação foi visionado o vídeo que apresentamos em anexo.

Imagem: #CONGRESSEDUCAT2015



Recursos:
"Educar com vista aos Desafios":


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