Cardeal-Patriarca de Lisboa celebrou eucaristia pediu testemunho numa mudança de paradigma cultural
D. Manuel Clemente agradeceu ontem aos docentes de Educação Moral e Religiosa Católica o “vosso trabalho num campo particularmente difícil como é a escola”.
Na eucaristia a que presidiu, e que marcou o encontro da centena e meia de professores presentes, o Cardeal-Patriarca destacou a importância do trabalho “dos professores” na formação das novas gerações “de cidadãos para uma sociedade plural e justa”.
“Num ambiente nem sempre propício, marcado por questões fraturantes, a transmissão do dado moral na escola é fundamental para a coesão social e formação das novas gerações”, apontou.
O prelado diz ter consciência de que “na escola existe muito boa gente, dentro e fora do cristianismo” e que é capaz “de perceber bem o lugar e o papel da disciplina na formação dos mais novos”.
“A presença da EMRC em contexto escolar permite a construção de pontes em questões difíceis que requerem uma análise global, um olhar com múltiplos ângulos. Devemos olhar o humano na globalidade e a escola é esse lugar”, reforçou.
Numa altura em que a temática da “ecologia é tão apetecível no contexto académico” o prelado desafiou os professores a levarem à escola o sentido da Ecologia Integral, proposta pelo Papa Francisco.
“É ótimo que esta temática esteja presente nos estabelecimentos de ensino. Como cristãos sabemos que o papa tem insistido numa Ecologia integral, pois basta olhar para o mundo animal ou natural, mas para o lugar do Humano na criação. Peço-vos uma releitura disto em contexto de sala de aula, na disciplina”, disse.
Na homilia, e partindo da memória de Santo Inácio de Antioquia o prelado convidou os professores a serem, na escola, “imagem de Cristo”, pois assim serão “totalmente humanos”.
“Se olharmos para o início da Igreja vemos que os cristãos eram muito poucos. Falamos de centenas ou poucos milhares em todo o mundo. Com que convicção? Com o nome e a figura de Jesus. A radicação de tudo, do que se diz ou cala, dos sentimentos, circunscreve -se à pessoa de Jesus”, reforçou.
“Quando se fala de religião no cristianismo, fala-se de uma pessoa: Jesus. Isso é importante que esteja visível na nossa relação com os outros, também no nosso trabalho. Na escola, com pais, alunos, colegas e funcionários. Não se trata de um documento, mas de uma pessoa!”, afirmou.
Numa “mudança de cultura” como a que estamos a assistir, D. Manuel Clemente lembrou que a “moral cristã é, antes de tudo uma pessoa” e desafiou os professores a “andarem com Jesus, deixando que tome conta dos nossos procedimentos e das nossas atitudes para sermos testemunhas d’Ele”, concluiu.
Da parte da manhã os professores de EMRC estiveram reunidos em encontro geral. Aí foram apresentados o ‘Lema do Ano’ e o novo ‘Logótipo’, uma nova marca para a disciplina no Patriarcado de Lisboa.
Educris|18.10.2020
Imagem: Jornal Voz da Verdade