Francisco pede “consciência e intervenção à sociedade” e à Igreja
“Oremos hoje por aqueles que estão sem abrigo, neste momento em que se pede permanência em casa. Que a sociedade de homens e mulheres tome consciência desta realidade e ajude, e que a Igreja os acolha”, pediu o papa no início da eucaristia a que presidiu esta manhã em Santa Marta.
Numa transmissão online dos serviços de comunicação do Vaticano Francisco convidou os fieis a olharem para o mistério da cruz e, “perante o mistério aqui realizado”, a “contemplar, orar e a dar graças”.
Tomando a passagem do livro dos Números onde se aborda a desilusão do povo israelita no deserto, com fome e sem água, o papa lembrou o modo como “Moisés transforma um símbolo do mal, a serpente, num sinal de redenção para o povo”.
“A cobra está sempre associada ao mal. Até no Apocalipse, o diabo é chamado de «serpente antiga» mas no reconhecimento do seu pecado Moisés transforma este símbolo numa profecia de redenção”.
Para o Papa a “cobra colocada no poste” não é “idolatria”, mas “um anúncio do que vai acontecer”.
“Moisés faz uma cobra e levanta-a. Jesus será ressuscitado, como a serpente, para trazer a salvação. Mas o cerne da profecia é precisamente a de que Jesus se tornou pecado por nós. Ele não pecou: ele tornou-se pecado”, explicou o Papa.
Para Francisco aquele “símbolo do mal” torna-se, em Jesus”, motivo de salvação.
“Mas a verdade que vem de Deus é que Ele veio ao mundo para tomar sobre Si os nossos pecados ao ponto de se tornar pecado. Todos os pecados. Os nossos pecados estão lá”, situou.
O papa convidou os fiéis a “olhar o crucifixo sob essa luz, que é a mais verdadeira, a luz da redenção”.
“Não é fácil entender isto e, se pensarmos, nunca chegaremos a uma conclusão. Apenas contemplar, orar e dar graças”, concluiu.
Educris|31.03.2020