Ângelus: «Santidade ou nada!»

Papa rezou a oração do Ângelus juntos de milhares de fiéis na praça de São Pedro e deixou o desafio para os cristãos de hoje: «Santidade ou nada!».

Leia, na íntegra, a alocução do Papa Francisco

Queridos irmãos e irmãs, bom dia e boa festa!

A primeira leitura de hoje, do Livro do Apocalipse, fala-nos do céu e coloca-nos diante de "uma imensa multidão", incalculável, “de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7,9). São os santos. Que fazem eles “lá em cima”? Cantam juntos, louvam a Deus com alegria. Seria belo ouvir a música deles ... Mas podemos imaginar: Sabeis quando? Durante a missa, quando cantamos «Santo, santo, santo, o Senhor Deus do universo ...». É um hino - diz a Bíblia - que vem do céu, que é cantado lá (cf. Is 6,3, Ap 4,8), um hino de louvor. Então, cantando o "santo", não pensamos apenas nos santos, mas fazemos o que eles fazem: naquele momento, na missa, estamos mais unidos do que nunca.

E estamos unidos a todos os santos: não apenas aos mais conhecidos, do calendário, mas também aos "da porta ao lado", aos nossos familiares e conhecidos que agora fazem parte dessa imensa multidão. Hoje, então, é uma festa de família. Os santos estão próximos de nós, na verdade eles são nossos verdadeiros irmãos e irmãs. Eles entendem-nos, amam-nos, sabem o que é nosso verdadeiro bem, eles ajudam-nos e esperam por nós. Estão felizes e querem-nos felizes com eles no paraíso.

Por tudo isto convidam-nos a percorrer o caminho da felicidade, indicada no Evangelho de hoje, tão bonito e bem conhecido: "Bem-aventurados os pobres de espírito [...] Bem-aventurados os mansos [...] Bem-aventurados os puros de coração ..." (cf. Mt 5,3-8). Mas como? O Evangelho abençoa os pobres, enquanto o mundo abençoa os ricos. O Evangelho abençoa os mansos, enquanto o mundo diz abençoados os prepotentes. O Evangelho diz abençoados os puros, enquanto o mundo diz que abençoados são os falsos os bonacheirões. A via da santidade, parece levar à derrota. No entanto - a primeira leitura lembra-nos ainda - o santo tem “ramos de palma nas mãos” (v. 9), isto é, os símbolos da vitória. Eles ganharam, não o mundo. E eles exortam-nos a escolher o seu lado, aquele lado onde se encontra Deus que é Santo.

Perguntemo-nos de que lado estamos: do céu ou o da terra? Vivemos para o Senhor ou para nós mesmos, para a felicidade eterna ou para qualquer realização de agora? Perguntemo-nos: queremos realmente a santidade? Ou contentamo-nos em ser cristãos sem infâmia e sem elogios, que acreditam em Deus e estimam os outros mas sem exagerar? O Senhor "pede tudo, e o que ele oferece é a verdadeira vida - ele oferece tudo - a felicidade para a qual fomos criados" (Exortação apostólica Gaudete e Exsultate, 1). Em suma, ou santidade ou nada! Far-nos-á bem deixarmo-nos provocar pelos santos, que não estiveram com meias medidas e nos no céu “trocem” por nós, para que escolhamos a Deus, a humildade, a mansidão, a misericórdia, a pureza, para que sejamos apaixonados pelo céu bastante mais do que pela terra.

Hoje os nossos irmãos e irmãs não nos pedem para ouvir de novo um belo Evangelho, mas para colocá-lo em prática, para seguir o caminho das bem-aventuranças. Não se trata de fazer coisas extraordinárias, mas de seguir todos os dias deste modo que nos leva ao céu, leva-nos para a família, leva-nos para casa. Então hoje vislumbramos o nosso futuro e celebramos o porquê de termos nascido: nascemos para nunca mais morrer, nascemos para desfrutar da felicidade de Deus! O Senhor encoraja-nos e quem segue o caminho das bem-aventuranças diz: "Alegra-te e regozija-te, porque a tua recompensa é grande no céu" (Mt 5,12). Que a Santa Mãe de Deus, Rainha dos Santos, nos ajude a percorrer firmemente o caminho da santidade; ela, que é a Porta do Céu, introduza os nossos amados defuntos à família celestial.

Educris a partir do original em italiano

01.11.2018



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