Mali: religiosa pede ao Papa que interceda pela sua libertação

Irmã franciscana Cecília Narvaez Argoti, sequestrada por um comando terrorista ligado à Al Qaeda em Fevereiro de 2017, no sul do Mali, surge em vídeo a soliciar a ajuda do Papa Francisco para a sua libertação.

Neste vídeo, datado de Junho de 2018, e que é considerado como uma “prova de vida”, a religiosa colombiana surge ao lado de outra refém, a médica francesa Sophie Petronin.

A irmã Argoti dirige-se ao Papa Francisco agradecendo-lhe por “se ocupar” do seu caso e pedindo-lhe para não se esquecer também da situação “da senhora Sophie Petronin, porque ela está muito doente”.

Gravado aparentemente no interior de uma tenda, o vídeo tem a duração total de pouco mais de sete minutos e termina com a missionária colombiana a afirmar que faz “todos os dias” a sua mala e prepara as suas coisas, pois, diz “aguarda todos os dias” pela sua libertação.

A mensagem da irmã colombiana termina com um agradecimento ao Santo Padre: “Muito obrigado, Papa Francisco”.

A maior parte do tempo do vídeo mostra a francese Petronin, de 75 anos de idade, a implorar a intervenção do presidente francês, Emmanuel Macron, para a sua libertação, havendo momentos em que não consegue esconder as lágrimas.

O norte do Mali está sob o domínio de grupos jihadistas ligados à Al Qaeda desde 2012. No passado mês de Maio, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) dava conta do empenho de quatro países na libertação da irmã Gloria Argoti e de todas as outras pessoas sequestradas no país.

Falando a uma rádio espanhola, a irmã Janet, uma das religiosas que se encontravam em casa, em Karangasso, quando ocorreu o sequestro de Gloria Argoti, afirmou saber que a Colômbia, França, Espanha e Vaticano estavam empenhados em conseguir a libertação dos reféns.

“Só sabemos o que todas as pessoas sabem”, afirmou então a irmã aos microfones da rádio católica espanhola ‘Cope’. “Sabemos e imaginamos que as negociações continuam”, adiantou então esta franciscana.

“Como, quando, onde… isso não sabemos. Mas sabemos que a Colômbia, Espanha, França e Vaticano estão a fazer todos os possíveis para se conseguir a sua libertação.”

Para a Irmã Janet, Gloria Argoti é “uma heroína”, por ter pedido aos sequestradores para a levarem em vez da freira mais jovem da casa como era a intenção dos homens armados.

“Os homens entraram na sala, apontaram uma arma à irmã mais nova e chamaram as outras. Quando a Irmã Gloria percebeu que não se tratava apenas de um assalto, saiu”, explicou Janet aos jornalistas.

“Os homens começaram a fazer perguntas e obrigaram-nas a trazer o passaporte… A Gloria percebeu que era um rapto e começou a conversar com eles, dizendo para não levarem a irmã mais jovem, que se precisam de alguma coisa é com ela. Nós vemo-la como uma heroína, porque se entregou pela irmã mais nova.”

Esta é a terceira vez que a irmã colombiana surge num vídeo divulgado pelos jihadistas.

Em ambas as mensagens anteriores, em Julho Dezembro de 2017, falando sempre em francês, a irmã Argoti, de 57 anos de idade, pede a ajuda do Santo Padre e lembra que está em cativeiro desde o dia 7 de Fevereiro de 2017, altura em que foi sequestrada por um comando jihadista numa igreja em Karangasso, uma zona rural situada a cerca de 400 quilómetros da capital, Bamako.

Educris com AIS



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