«Importante formar catequistas para a cultura digital» cónego Luís Miguel Rodrigues

Especialista português apresentou os desafios da transmissão da fé no digital aos responsáveis europeus da Catequese

O cónego Luís Miguel Figueiredo Rodrigues afirmou, em Roma, a necessidade de apostar na formação dos catequistas num ambiente virtual, sempre em relação com os membros da comunidade, de modo a promover “uma alfabetização mediática dos mesmos”.

“Estamos hoje conscientes de que existe uma continuidade entre o espaço virtual e analógico. Por isso é importante apostar na formação dos catequistas para que estes possam contar com a web, se não como espaço principal, ao menos como espaço complementar ao seu ministério”.

Numa mesa-redonda onde apresentou o tema «Catequese e Cultura digital», o diretor adjunto do núcleo de Braga da Faculdade de Teologia considerou que o “continente digital” apresenta “vários desafios à transmissão da fé” para que a igreja se torne “aí presença evangelizadora”.

“O Diretório para a Catequese afirma que «no processo de anúncio do evangelho, a verdadeira questão não passa pelo como utilizar as novas tecnologías para evangelizar, mas como converter-se numa presença evangelizadora no continente digital»”.

Para o especialista português a cultura digital enfatiza “o conceito de rede” e traz consigo o "desafio de estar presente numa grande diversidade sem perder a identidade cristã”.

“As redes, como estruturas abertas, promovem organizações sociais dinâmicas e abertas, muito suscetiveis à inovação e expansão, o que nos coloca o problema da identidade, e a sua manutenção, com tudo o que isso implica na missão da Igreja, e na Evangelização, para que a identidade continue a ser cristã no ambiente digital”.

Para o cónego Luís Miguel é fundamental perceber a presença cristã na web, não apenas como uma possibilidade de “apresentar os conhecimentos da fé, como mero suporte”, mas garantir “uma adesão vital, sem a qual não é possível a autêntica experiência da fé”.

“Para a educação e a transmissão da fé não basta pois o como dizer é necessário suscitar a fé, promovendo o diálogo através de uma proposta significativa para cada individuo no contexto da cultura digital. Há que entender ‘a cultura como lugar hermenêutico da fé e que oferece à catequese maiores possibilidades de alcançar significativamente a sua finalidade de educação para a fé na fé’”, completou.

Educris|24.09.2021



Newsletter Educris

Receba as nossas novidades