CNJP denuncia «domínio despótico dos mercados» em mensagem para a Quaresma

Mensagem de Quaresma desafia a um “novo paradigma social para os idosos”

A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), publicou hoje a sua mensagem para a Quaresma. Nela a organização católica desafia a “meter as mãos” em realidades abandonadas e marginalizadas de modo que se possa viver “uma espiritualidade com coerência e realismo”.

“Não falta onde meter as mãos: quantas realidades sociais carecem de ações que promovam uma efetiva subsidiariedade que ultrapasse o domínio despótico dos mercados de capitais e dos lucros que olha com desdém para os trabalhadores que vivem na incerteza e na penúria, em que a economia não é capaz de dar o devido valor à pessoa”, lê-se na mensagem enviada hoje ao EDUCRIS.

Nela a CNPJ defende a necessidade de “inverter o paradigma social”, em relação aos idosos, percebendo-os como “presente de Deus”.

“Somos chamados a acolher cada idoso como um presente de Deus que nesta pandemia eleva um grito silencioso, mas angustiante, questiona e exige uma outra resposta, pois não nos falta engenho".

"Com gratidão pela vida, precisamos de desenhar uma nova proximidade, onde a institucionalização não pode ser resposta única nem primeira”.

No meio de uma pandemia a organização católica mostra-se preocupada com a situação da saúde e do tratamento de outras doenças, nomeadamente o cancro, alertando para o seu impacto nas populações mais pobres.

“Não nos podemos resignar aos efeitos mágicos diariamente exibidos de números, gráficos e imagens que parecem vindas de um qualquer filme de ficção. A saúde são pessoas”, sublinham.

Sob o título «Caminhar juntos para a Páscoa» a missiva lembra a mensagem do Papa Francisco para a Quaresma e pede atenção ao próximo neste tempo de “acolher e viver a verdade”.

“É preciso tempo de ‘acolher e viver a verdade’, para acolher a solidão e o isolamento, convidando todos a ver mais além a verdadeira provocação da vida”.

No final da Mensagem o organismo católico deixa novo alerta, desta vez para os problemas na educação e critica os “jogos de poder” e “experimentalismos” no setor.

“São necessários horizontes de sonho e capacidade para fazer germinar processos educativos que verdadeiramente promovam a capacidade de enfrentar o ‘novo’ e olhar para as inevitáveis dificuldades da vida como possibilidades de melhor e mais além”, termina.

Educris|18.02.2021



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