Escolas católicas projectam futuro

Formação, investimento nas novas tecnologias e reforço das relações entre professores e alunos são algumas das prioridades

O investimento na formação dos professores e futuros directores foi um dos aspectos que mais marcou os portugueses presentes no 10.º Congresso das Escolas Católicas, que decorreu na cidade espanhola de Toledo entre 26 e 28 de Novembro.

Muitas das congregações, a quem pertencem a maior parte daqueles estabelecimentos de ensino, vão deixar de contar com as vocações religiosas que têm neste momento, pelo que terão que entregar a administração dos colégios aos leigos, explicou o coordenador do núcleo das escolas católicas de Coimbra, Jorge Cotovio.

Durante o encontro, os cerca de 700 participantes, maioritariamente espanhóis, reflectiram sobre a dupla dimensão da escola católica: "ensinar bem" e ser "fiel à identidade do evangelho de Jesus Cristo".

Os delegados portugueses aproveitaram a ocasião para se inteirarem do modo como o congresso foi realizado e para conhecerem a "organização bem montada" das escolas espanholas, recolhendo pistas que, de acordo com o docente, "vão ser muito úteis".

Unir tecnologia e relações pessoais

Um dos objectivos do encontro - dedicado ao tema «Uma escola com visão» - consistiu na apresentação das competências a desenvolver por alunos e professores. O investimento nas tecnologias de informação e o reforço das relações entre docentes e estudantes constituem as duas principais linhas de acção.

"Temos que utilizar metodologias activas", indo ao encontro "do aluno que já nasceu no século XXI", considerou o director-adjunto do Colégio de São Teotónio, em Coimbra. "O paradigma do livro tem que ser gradualmente articulado com a Internet", exemplificou o responsável.

As intervenções "de grande qualidade" proferidas no congresso apelaram à "criatividade e à inovação", insistindo na certeza de que a escola católica deve viver na "inquietude" e "não se pode acomodar".

A transmissão da mensagem cristã, por seu lado, exige a criação de "relações pessoais fortes" entre professores e alunos e no interior de toda a comunidade educativa, dado que elas "são um aspecto extremamente importante na educação do século XXI", observou Jorge Cotovio.

Os docentes têm igualmente que "personalizar a pedagogia", atendendo ao ritmo próprio de cada educando.

A promoção de atitudes "evangélicas", como a "alegria, a amizade, o entusiasmo e o fortalecimento do valor da vida", é outra das prioridades da escola católica. "Os nossos alunos também são afectados pela crise dos pais, e não pode haver desânimo", sublinhou o docente.

"Os valores cristãos são os mesmos de sempre, mas temos que ter a habilidade de os fazer passar, adaptando a sua transmissão aos tempos modernos; mas esse é um desafio permanente da escola católica e da própria Igreja", referiu Jorge Cotovio.

O congresso reuniu cerca de 700 pessoas, incluindo uma representação da Fundação Secretariado Nacional da Educação Cristã, através do Departamento das Escolas Católicas. A capacidade do auditório inviabilizou a presença de três centenas de interessados, entre portugueses e espanhóis, que haviam manifestado o interesse em participar no encontro.

Webmaster|2009-12-01|09:00:10



Newsletter Educris

Receba as nossas novidades