JNC19: Catequistas recordam figura «marcante e inovadora» da catequese em Portugal

Centenário do nascimento de monsenhor Amílcar do Amaral assinalado no primeiro dia das Jornadas Nacionais de Catequistas 2019

«Uma Catequese inovadora» é o tema que reúne em Fátima, até ao próximo domingo, mais de seis centenas de catequistas de todo o país.

No início dos trabalhos D. António Moiteiro, presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF), evocou a memória “daquele que foi a figura mais importante da catequese no século XX português” e desafiou os presentes a refletir, “a partir das intuições e ações deste personagem”, acerca dos desafios que hoje se colocam a uma transmissão da fé onde se pretende colocar catequistas e catequizandos a caminhar juntos para o encontro com Jesus Cristo”.

Na primeira conferência dos trabalhos, subordinada ao tema «O Contexto eclesial no tempo editorial de Monsenhor Amílcar Amaral» o padre Alexandre Palma, da Universidade Católica Portuguesa (UCP) apontou o Concilio Vaticano II “como fundamental para o aparecimento de figuras transformadoras em toda a Igreja como a do monsenhor Amílcar do Amaral”.

“O Concilio Vaticano II foi de tal modo marcante para a vida da Igreja no século XX promove uma mudança de paradigma e marca, de maneira clara, o período editorial de monsenhor Amílcar do Amaral que nele bebeu e se inspirou para a renovação da catequese em Portugal”.

  

O professor da UCP estabeleceu um “paralelismo entre o tempo de monsenhor Amílcar do Amaral e a atualidade” e considerou que a Igreja deve hoje “estar atenta ao modo como naquela altura se dirimiram diferenças e se trilharam caminhos comuns de unidade para o bem da Igreja”.

Lembrando as “grandes alterações e reformas” do período conciliar o padre Alexandre Palma desafiou os presentes a “percecionarem a criatividade com que aí se viveu e experimentou a Igreja” para que hoje possa ser possível “criar uma nova capacidade de perceber a experiência cristã como uma experiência plural que se desenha em conjunto para um caminho comum”, apontou.

No final da manhã Marco Daniel Duarte, responsável pelo Departamento do Património Cultural da Diocese de Leiria-Fátima apresentou aos catequistas o tema «A ilustração como instrumento catequético essencial».

Afirmando que a igreja “usa, desde sempre, a imagem para transmitir a fé”, o especialista considerou que a “imagem tem um poder enorme, pois a realidade da fé pode ser figurada”.

“A imagem é, muitas vezes conteúdo e outras aparece como complemento do texto ou em autonomia”, apontou.

Olhando para a “novidade das ilustrações presentes nos primeiros catecismos”, produzidos no tempo de monsenhor Amílcar do Amaral, Marco Daniel Duarte considerou essa intuição como muito atual para o material pedagógico a ser desenvolvido nesta área.

“Os primeiros catecismos trazem-nos ilustrações que são realizadas pelos melhores daquele tempo. E esse é o desafio da Igreja hoje. Rodear-se dos melhores desta época para que a imagem, a ilustração, possa ter o peso e a relevância que merecem”.

Afirmando como “muito completos” os catecismos em vigor o especialista em arte considerou “que é preciso ajudar a construir uma imagem nos catecismos que valha em si mesma e que permita uma certa ‘respiração do próprio texto de modo a sermos fiéis na transmissão da fé”.

Da parte da tarde os catequistas vão escutar D. António Moiteiro, Bispo de Aveiro e presidente da CEECDF que apresenta o tema «A intuição catequética da obra de monsenhor Amílcar do Amaral e o desenvolvimento da catequese em Portugal».

O dia de homenagem ao pioneiro dos catecismos portugueses termina com o tema «A Palavra de Deus contada às crianças», pelo padre Paulo Malícia, do Patriarcado de Lisboa.

Educris|25.10.2019



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