ENC17: “Uma presença evangelizadora deve potenciar o encontro”

No final da manhã de trabalhos do Encontro Nacional de Catequese, cónego Luís Miguel F. Rodrigues, da Arquidiocese de Braga, trouxe aos responsáveis de catequese a conferencia “Novas tecnologias na evangelização”.

O especialista português na comunicação web afirmou que a Igreja deve ter consciência de que “comunicar na rede implica recursos e implica escutar a própria rede para perceber o que ela está preparada para receber”.

Para isso, e mais do que “depositar conteúdos online” é “necessário recuperar o sentido do ser haker estabelecendo pontes e alargando a comunidade cristã física ao mundo virtual”:

“O desafio evangelizador é o de ser universal e totalizável. Na rede torna-se cada vez mais difícil este sentido quanto maior for o meu número de leitores. O ambiente web favorece o subjetivismo. Uma presença evangelizadora implica ter presente duas comunidades: a digital mas, antes, a comunidade física”.

O também professor da Universidade Católica Portuguesa (UCP) afirmou a convicção de que “é na comunidade física que se tem o encontro com Deus, depois é que se dá a partilha. A comunidade física tem de se adaptar à cultura web procurando interagir e estimulando a interconexão”, apontou.

Polinizar o ambiente digital a partir de do encontro pessoal

Na segunda parte da conferencia o cónego Luís Miguel F. Rodrigues contrariou a ideia de que “o virtual mata o real”:

“Em primeiro lugar é importante afirmar que virtual não se opõe ao real e que historicamente sempre que meios de comunicação melhoraram aumentou o contacto físico. Uma boa utilização das novas tecnologias fomenta o encontro pessoal”, sustentou.

Para o professor da UCP é fundamental as comunidades físicas estarem atentas ao ambiente digital “como mais um lugar onde se está como se está em casa, na família, no emprego, só para citar alguns”:

“O Papa Bento XVI desafia-nos a descobrir na cultura digital simbólicas próprias que nos ajudem a falar do evangelho no quotidiano”. Para isso é preciso criar “familiaridade que seja humana” através de “uma polinização da web e não o andarmos cada um para seu lado”.

 

No final o especialista chamou a atenção a necessária “formação no digital” que deve “existir para os agentes de catequese”, pois, afirmou, “nos estudos que fiz verifiquei que os sítios onde os nossos catequistas mais vão não são aqueles que estão criados pela autoridade eclesial” mas os que “prometem eficácia na ação: quero, uso”.



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