«Os refugiados são o sinal e rosto da esperança», afirma o Papa

Francisco critica aumento do número de migrantes no mundo fruto de uma “globalização da indiferença”

O Papa Francisco criticou hoje o aumento significativo de pessoas forçadas a fugir das suas casas, e a vida inumana que encontram, fruto da indiferença vigente.

“Muitos de vós tivestes que fugir de condições de vida comparáveis às da escravidão, onde a pessoa humana é privada da sua dignidade e tratada como um objeto […] infelizmente, em muitos casos, o partir não significou uma verdadeira libertação pois, com muita frequência, deparais-vos com um deserto de humanidade, com uma indiferença que se tornou global e que mostra a aridez das relações entre as pessoas”, afirmou numa mensagem enviada hoje ao Centro Astalli, do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), em Roma.

Na missiva o Papa agradece o serviço de “tantos homens e mulheres de boa vontade que deram o seu tempo e energia ao Centro Astalli nestes 40 anos" e apelidou os migrantes aí presentes de “sinal e rosto de esperança”.

“Porém, nestes quarenta anos e neste deserto houve muita esperança que nos permite sonhar com um caminho em conjunto, como um novo povo ‘em direção a um nós cada vez maior’. Vós, queridos refugiados, sois o sinal e o rosto desta esperança. Vós carregais convosco o anseio de uma vida plena e feliz que vos sustenta ao enfrentar com coragem circunstâncias e dificuldades concretas que para muitos podem parecer intransponíveis”.

Francisco lamentou o retrocesso dos últimos anos naquilo que apelida de “regresso ao passado”, marcado pelo reacender de conflitos e de vários “nacionalismos e populismos”.

“A construção de muros e a devolução dos migrantes para lugares não seguros aparecem como única solução da qual os governos são capazes para gerir a mobilidade humana”, lamentou.

Exposição «Voltados para o Futuro»

No final da sua mensagem o Papa deixou uma palavra para a exposição «Voltados para o Futuro» presente nas instalações do Centro Astalli.

“Os rostos dos homens e mulheres desta exposição, levam a nomes e histórias verdadeiras de pessoas recebidas no Centro Astalli e fazem entrever contornos não nítidos de alguns lugares da cidade de Roma, expressam o desejo de ser parte ativa da cidade como um lugar de vida compartilhada; protagonistas em plena cidadania em conjunto com muitos outros homens e mulheres na construção de comunidades solidárias”, concluiu.

Educris|16.11.2021



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