Quase a completar 94 anos papa emérito aborda denuncia como decisão “tomada conscientemente”
Bento XVI, o papa emérito, concedeu hoje uma entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera onde recorda os oito anos do anúncio da renúncia e recusa “teorias da conspiração”.
“A decisão [ndr: 11 de fevereiro de 2013] Foi uma decisão difícil, mas tomei-a em plena consciência, e creio que fiz bem. Alguns dos meus amigos algo ‘fanáticos’ ainda estão zangados, não quiseram aceitar a minha escolha”, apontou.
Ratzinger lamenta que tenham surgido “teorias da conspiração” que consideraram que a sua renúncia teve a ver com “lobby’s” ou com o “vatileaks” e mostra-se “tranquilo”.
“Houve quem tivesse dito que foi por culpa do escândalo do ‘Vatileaks’, por causa de um complô do ‘lobby gay’, por causa do caso com o teólogo conservador lefebriano Richard Williamson. Não querem acreditar numa opção tomada conscientemente. Mas a minha consciência está no seu lugar”, realçou.
O papa emérito sustentou que “não há dois Papas, o Papa é só um”, e comentou a próxima viagem do Papa Francisco ao Iraque.
“Creio que será uma viagem muito importante. Infelizmente estamos num momento muito difícil que torna a viagem perigosa: por razões de segurança e por causa da Covid. E também pela situação instável do Iraque. Acompanharei Francisco com a minha oração”, garantiu.
O papa emérito deu conta de já ter recebido “a primeira dose da vacina” e deu conta da “dramática experiência vivida pelo cardeal Gualtiero Bassetti” se se curou após uma longa batalha.
A viver dentro do mosteiro Mater Ecclesiae, Bento XVI deu provas de estar atento à realidade mundial “nesta última etapa da minha vida” e comentou a eleição do segundo presidente católico americano, Joe Biden.
“É verdade, ele é católico e atento. Creio que pessoalmente é contra o aborto, mas como presidente, tende a se apresentar na linha do Partido Democrata. Também sobre a questão de género não entendemos bem qual é a sua posição”, apontou.
Educris|01.03.2021
Imagem: Vatican.va