«Não podemos distrair-nos da nossa identidade», Fernando Magalhães

Presidente da Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) fez balanço “muito positivo” da V Jornada Pedagógica

«Uma Avaliação Pedagógica ao Serviço do Desenvolvimento Humano» foi o tema que reuniu, em Fátima, mais três centenas de professores das instituições católicas de ensino de todo o país.

No final dos trabalhos o diácono Fernando Magalhães fez um balanço muito positivo” da ação formativa.

Foi muito importante estarmos juntos. Tivemos hoje uma forte adesão dos professores das escolas católicas, e as várias intervenções foram muito interpeladoras, com boas reflexões e questões lançadas. Faço um balanço muito positivo deste regresso à formação presencial.

Para o responsável da APEC a reflexão sobre a avaliação é fundamental para “que todos estejamos alinhados sobre a sua importância, não apenas como passo final de um processo educativo, mas como parte integrante do modelo”, mesmo num sistema que parece afunilar o conhecimento para as provas finais.

“Uma coisa é o que queremos, ensaiamos, e outra são as condicionantes, como as provas finais, que determinam, em parte, o nosso agir. A prova final não nos pode impedir de inventar a diferença e de ensaiar novos modelos, sempre no equilíbrio das coisas”, sustentou em declarações ao EDUCRIS.

Numa altura em que surgem “vários modelos” pedagógicos e de inovação, Fernando Magalhães alerta para a necessidade de “estar atento e fiel ao projeto da Escola Católica”.

“Como todos, corremos o risco de nos distrairmos. O grande risco será o de nos distrairmos da nossa identidade. Sem ela deixamos de fazer sentido. Como Escolas Católicas temos que ter bem claro que o nosso ideário tem 2 mil anos. Perguntava-se hoje sobre ‘Que mundo queremos e que pessoa desejamos.’. Sabemo-lo bem a partir do exemplo de Jesus. Temos que transformar este património em denominações pedagógicas. Isto deve ser o nosso Norte!”, reforçou.

Considerando que as Escolas Católicas tem sido “exemplo de inovação constante”, o responsável defendeu um “doseamento” da inovação pedagógica para que não “se faça inovação só porque sim, mas porque isso ajuda ao cumprimento do projeto educativo e concorre para o perfil do aluno que queremos educar”.

“Não podemos fazer balões de ensaio permanentes, sem os avaliar, e achar que se muda só porque sim. Devemos avaliar porque testámos, verificámos e percebemos que a mudança é boa porque nos ajuda a cumprir este grande objetivo a que se propõe a escola católica. A de formar uma sociedade mais justa e solidária”, concluiu.

Educris|02.07.2022



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