«Queremos envolver os professores neste bem que a Igreja oferece», António Cordeiro

Em início de novo ano escolar a Educação Moral e Religiosa Católica apresenta novos recursos e manuais para a disciplina

António Cordeiro, coordenador do Departamento de EMRC no Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC) garantiu ontem, no programa «A Fé dos Homens» da RTP2, que a prioridade é “fazer chegar os novos recursos aos docentes da disciplina”.

“Agora que temos todos este recurso disponível na escola virtual é fundamental envolver os professores de EMRC neste bem que a Igreja oferece”.

Ao jornalista Henrique Matos, da Agência Ecclesia, o responsável considerou que as escolas “passam por momentos difíceis” e sustentou que estes “materiais validados” podem ajudar a recuperar “a motivação”.

“Os nossos professores passam por período difícil e exigente. Precisam de auxílios que os motivem para que o trabalho seja mais eficaz e se sintam com espaço para a reflexão e trabalho pessoal. Isto significa entregar materiais validados para que os possam utilizar como bem para o aluno”, desenvolveu.

Com cerca de 529 recursos digitais disponíveis para a disciplina de EMRC nos vários ciclos de ensino a “formação dos docentes” é agora uma prioridade.

“A formação é prioridade. Queremos congregar as pessoas à volta deste bem par que sejam os professores a utilizá-los com os seus alunos. Não apenas para replicar os recursos, mas para os recriar em contexto de sala de aula”, disse.

Ao longo deste primeiro trimestre o SNEC, através do Departamento da EMRC e em ligação com a Faculdade de Teologia, última já formações inter-diocesanas para os cerca de 1400 docentes que fazem parte dos diversos subsistemas educativos.

Num momento em que o próprio Ministério da Educação dá conta da falta de mais de 1000 horários nas escolas por preencher António Cordeiro revela que a disciplina não é “imune à falta de professores” e dá conta do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido.

“A par da preocupação temos procurado a resposta. Temos decidido, numa lógica de responsabilidade partilhada, desde 2015, sensibilizar para a docência desta disciplina de EMRC, num contexto até de uma dinâmica pastoral e ver os apoios que são necessários. Não fomos pioneiros, mas estamos preocupados em encontrar soluções”, considera.

Neste ano 2024/2025 a Fundação SNEC apoia mais de meia centenas de alunos universitários que realizam, na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, a formação inicial para a lecionação da EMRC.

Presente na entrevista, que foi para o ar na tarde desta segunda-feira, Jorge Novo, responsável pela EMRC na Diocese de Bragança-Miranda considera o domínio “das técnicas digitais” como “essencial para as novas gerações” e advoga que “a EMRC não pode estar alheia”.

“Nós centramos a aprendizagem no aluno e, os meios digitais, nomeadamente, aqui a questão do manual digital, dos recursos digitais, apresentam essas potencialidades todas. Porque tem acesso ilimitado, porque tem uma economia de recursos, porque tem uma aprendizagem personalizada, porque tem uma interatividade, tem uma motivação muito mais incrementada para os alunos, porque tem a utilização do multimédia, porque tem a utilização da gamificação, porque permite, inclusivamente, o compartilhamento”, completa.

Também Ricardo Cunha, que coordena o projeto de manuais e recursos digitais para o segundo ciclo do ensino básico (5º e 6º anos) considera que os novos recursos representam “um passo gigante em relação àquilo que são as expectativas” dos alunos.

“Todo este trabalho que realizámos em várias áreas, nomeadamente ao nível da própria imagem, ao nível do próprio conteúdo, daquilo que está escrito nos manuais, das aprendizagens que queremos que os alunos realizem, permite-nos agora realizar uma nova dinâmica em sala de aula”, completa.

Educris|17.09.2024



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