Cerca de mil participantes participam no I Congresso Iberoamericano de professores de Religião
O presidente da Fundação Pontifícia «Scholas Ocurrentes», José María del Corral, afirmou hoje que o estudo da religião “é de interesse publico” porque “permite gerar encontro”.
“Precisamos de nos religar e isso faz-se com a religião. É muito mais do que uma disciplina”, apontou.
Recordando a sua própria experiência na Argentina e o modo como o padre Jorge Bergoglio, hoje Papa Francisco, desafiou “os jovens de todas as religiões a um novo pacto educativo”, o responsável defendeu a necessidade de “repensarmos toda a escola” e de “voltarmos às questões do sentido”.
“Temos que repensar a escola como um todo. Temos que voltar às questões do sentido. Os nossos jovens pedem-nos que os ajudemos a ‘ver o Todo’. Para mostrar ‘as partes’ temos muitos educadores. Precisamos de professores de humanidade que os levem ao transcendente onde o fascinante e o tremendo se apresentam”, declarou no início dos trabalhos que decorrem até este domingo em Madrid, Espanha.
Religião é fundamental para a Paz
Presente na sessão inaugural D. Bernardito Cleopas Auza, Núncio Apostólico de Espanha, destacou a “família como primeiro lugar da educação” e deixou críticas ao modo como hoje se tenta manipular as novas gerações.
“Educar abarca todos os aspetos da nossa vida. A educação não pode ser reduzida nem manipulada por interesses particulares. Sabendo que o estado intervém neste domínio central da sociedade é fundamental recolher o papel da família como lugar e verdadeira escola de humanidade”, referiu.
Aos professores de religião o prelado lembrou “o papel da Igreja” neste domínio e considerou que o “ensino do religioso contribui para o bem pessoal, mas também para o compromisso das nobres aspirações do coração humano como o trabalho pela justiça e o caminho da paz”.
Lembrando “os horrores da guerra e a sua sombra” o representante da Santa Sé pediu que a educação seja “lugar e caminho para a paz” e desafiou, a esse encargo, os professores de religião.
“O papa insiste em exercer a caridade para que os jovens encontrem na escola uma referência positiva e uma experiência enriquecedora. Isto consegue-se com professores que deem sentido à escola, ao estudo e à cultura, sem reduzir tudo a competências técnicas, mas buscando uma relação educativa que leve o aluno a sentir-se amado por aquilo que é, com as suas imitações e sonhos”, reforçou.
No final da sua intervenção D. Bernardito Cleopas Auza agradeceu a todos os professores o seu trabalho diário.
“Obrigado pela ajuda que ofereceis à sociedade e os nossos filhos. Obrigado pelo vosso compromisso na construção de toda a sociedade”.
De Portugal estão presentes Fernando Moita, diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), António Cordeiro, coordenador do departamento de EMRC no SNEC, Fátima Nunes e Manuel Esteves, da equipa nacional da EMRC.
Educris|06.05.2022