Iniciativa decorreu no seminário de Angra de 1 a 3 de maio
Cidade de Angra do Heroísmo recebeu o 62.º Encontro Nacional de Catequese, promovido pelo Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), sob o tema «Eu creio, nós cremos: De Niceia ao hoje da catequese».
A iniciativa reuniu catequistas de dezoito das vinte dioceses portuguesas para refletir sobre a “atualidade da fé” e a “missão de a transmitir nas comunidades cristãs”.
Na síntese dos trabalhos D. António Moiteiro, bispo de Aveiro e vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, recordou a importância histórica do Concílio de Niceia, há 1700 anos, “que afirmou a divindade de Jesus Cristo,” e do Concílio de Calcedónia, que “reforçou a sua plena humanidade”.
“A catequese de hoje nasce deste legado, mas dirige-se a pessoas concretas, com a sua cultura e realidade”, afirmou.
Num mundo “em constante mudança”, o prelado destacou o papel da catequese como lugar de encontro com a pessoa de Jesus, mais do que com doutrinas ou sínteses doutrinárias:
“A fé não é apenas um conjunto de verdades; é o encontro com uma Pessoa. Ao acreditar em Jesus, acredito no Deus que Ele me revelou: uma família de três em um”, desenvolveu
D. António Moiteiro apelou ainda à necessidade de uma verdadeira hermenêutica da fé, ou seja, “à capacidade de traduzir as verdades da tradição cristã para a linguagem e categorias culturais de hoje”.
“É fundamental sabermos comunicar a fé de forma compreensível e atual. Os concílios procuram traduzir em síntese, em decretos, as verdades da fé. Na catequese, na pastoral, na teologia, temos de fazer esta hermenêutica, saber traduzir as verdades, para as categorias intelectuais, mentais, e sociológicas do tempo de hoje”, afirmou.
A busca por tornar “clara a formação dos catequistas foi outro dos pontos centrais abordados no encontro. Segundo o bispo de Aveiro, só uma catequese vivida e testemunhada com autenticidade pode ser credível:
“A catequese é credível quando é visível em nós. Por isso, é tão importante a formação dos catequistas e temos tido o cuidado, na formação de catequistas, de ter como ponto de partida o encontro com Cristo”, finalizou.
O encontro nacional partiu do crer, enquanto ato de adesão pessoal a Jesus Cristo, consubstanciado no crer em comunidade cristã, e sintetizado no Credo da Igreja. Em três dias os participantes participaram em conferencias, momentos de oração e trabalho em ritmo sinodal.
Educris|05.05.2025